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Gestão de tempo: seis erros que os concurseiros cometem e ninguém fala

Os sintomas indesejados são bem conhecidos dos candidatos ao serviço público: ansiedade, frustração e procrastinação

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Na cultura do brasileiro, fazer sempre foi mais importante do que planejar. Há uma crença comum de que decidir antecipadamente as ações é perda de tempo e, para muitos concurseiros, existe um agravante: com tantas matérias para estudar, planejar assemelha-se mais a uma tortura antecipada do que à definição de estratégia, o que de fato é.

Conheça os seis erros mais comuns cometidos quando o assunto é gestão de tempo. Os equívocos vão muito além de ignorar as notificações do celular.

Os sintomas indesejados da má gestão do tempo são bem conhecidos dos candidatos ao serviço público: ansiedade, frustração e procrastinação. O desafio é encontrar as melhores práticas para fazer a preparação para as provas caber na rotina, causando o menor transtorno possível.

Quando se fala de planejamento, a primeira (talvez, única) imagem que se faz é de uma grade horária como as da época da escola primária, quando não havia qualquer negociação e autonomia.

O primeiro erro começa exatamente neste ponto: a construção de um horário com referências infantis, ou seja, que não leva em consideração que, ao contrário do que ocorria na época do ensino fundamental e médio, os compromissos, as responsabilidades e os papéis de um adulto são mais numerosos. Mesmo para aqueles concurseiros que “só estudam”.

Sem flexibilidade e adaptação semanal – e até diária – a probabilidade é que o plano criado, a grade definida, não sejam cumpridos como desejado. Resultado: mais frustração. A saída é tomar decisões antes, estrategicamente, e renegociá-las conforme os dias passam, sempre que necessário.

O entusiasmo em assumir o compromisso de ser um concurseiro empenhado também pode ser prejudicial e levar ao segundo e terceiro erros dessa lista. O estado emocional no momento planejado é diferente do estado emocional do momento de execução. Corriqueiramente, somente é levando em consideração o tempo que acredita ter como disponível, ignorando as habilidades pessoais necessárias para que o que foi previsto se torne uma ação efetiva.

O hábito de estudar por várias horas, a motivação e as disposições física e emocional são alguns do pontos deixados de lado na hora de preencher a grade e que, também, podem levar ao fracasso do planejamento. Aliás, o terceiro erro diz respeito exatamente à percepção distorcida do tempo, contabilizando horas de dedicação que não existem.

Um concurseiro que trabalhe oito horas por dia e chegue em casa às 19h e vá dormir às 23h, acredita que tem quatro horas para estudar. Não tem. Durante esse tempo, muito provavelmente, ele irá tomar banho, jantar, dar atenção a quem divide a casa com ele – ainda que mínima -, para, só então, preparar o ambiente e começar a estudar. Ao contrário de admitir que, de fato, possui três horas disponíveis nesse exemplo hipotético, mantém o costume de se cobrar e se sentir inferior por não cumprir a ilusão das quatro horas pensadas.

“Horas líquidas”
O duelo contra o relógio também está presente no quarto erro: a contabilidade de “horas líquidas”, quando só se considera o tempo efetivamente estudado e se desvia o foco da qualidade do aprendizado para o cronômetro e para a definição de objetivos quantitativos inflexíveis. Esse aspecto é altamente falível e, por consequência, termina em sofrimento.

Todo o processo que envolve preparação: desde a organização da mesa de estudo até o copo de água extra buscado da cozinha, fazem parte do tempo dedicado. Não há total desconexão, pelo contrário, espera-se que a ambientação e a pequena pausa contribuam para as reflexões e para a dedicação na qualidade de que se aprende.

Para aqueles que têm uma atitude um pouco mais avançada, a ponto de se lançar no desafio de metas semanais cuja métrica são as horas estudadas, segue o quinto erro. O padrão é ter um único e inegociável objetivo como obrigação de cumprir. Em vez de inspirador, já nasce autopunitivo, como se não bastasse toda a necessidade de esforço pelo aprendizado em si.

Estabelecer objetivos em três patamares motiva e estimula o desafio, especialmente se houver retribuições ao atingi-los. Em vez de uma quantidade fixa, inegociável, a proposta é estabelecer três patamares. O primeiro, com uma quantidade mínima que atenda à sensação de manutenção do compromisso, seguida do que se deseja alcançar como regra (objetivo ideal) e, por fim, o que irá criar um senso de superação (objetivo além do ideal). Para cada um deles, uma recompensa.

O último e sexto erro da lista não é exclusividade dos concurseiros, mas de todos que tentam melhorar a relação com as 24 horas de cada dia. Trata-se da insistência em acreditar que não existirão imprevistos, de que nada sairá do planejado. O que, obviamente, não é verdade. A maneira mais adequada de se prevenir desse erro é deixar 30% da agenda livre. Caso não seja necessário dispor dessa reserva, melhor. Assim terá um momento para relaxar ou investir em algum outro projeto.

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