Como começar a estudar de verdade para concursos públicos
Muitos querem ser servidores, mas poucos estão dispostos a seguir os passos necessários para a aprovação nas provas de seleção
atualizado
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Assumir a decisão de se preparar para as provas seletivas do setor público é um passo ainda maior do que a maioria dos inscritos vislumbra. Concursos públicos são um meio pelo qual se constrói uma carreira profissional consistente e não um atalho para “ganhar bem” ou “não ser mandado embora”. Sem seguir determinados requisitos, o fracasso é certo.
Estima-se que apenas 10% dos candidatos que concorrem às vagas estão, de fato, preparados para as avaliações. O número é coerente, tendo em vista que entre 15% e 20% de quem paga pela inscrição sequer se apresenta nos locais de prova. Uma fatia considerável – algo entre 30% e 40% – é chamada de aventureiros: não se preparam, mas estão lá para “ver no que dá”. O restante ainda não está pronto para ser competitivo.
Fazer parte do grupo restrito que transforma a oferta de vagas em oportunidade de crescimento profissional significa estar disposto a dar passos com determinação, sabendo que se trata de um projeto de médio prazo e que começa com um período de organização pessoal e autoavaliação considerável antes de ler um capítulo sequer.
A coluna Vaga Garantida preparou uma lista de etapas essenciais para garantir que o investimento na preparação para as provas de concursos públicos seja bem empregado desde o início.
1 – Comece com o motivo
Entender os motivos pelos quais se tornar servidor público é o melhor caminho a seguir profissionalmente é etapa básica que divide quem de fato vai trabalhar para o governo e quem não chegará ao final do trajeto. Responder à pergunta “por que quero ser servidor público?” para muitos, além da remuneração e da estabilidade, é o que fará com que os dias difíceis de estudo não se transformem em desistência do projeto.
O propósito da pergunta é ter clareza do objetivo depois de alcançado. Afinal, o tempo de preparação é bem menor do que o do exercício do cargo escolhido. Quando as razões são frágeis e alheias aos valores pessoais, a tendência é que o concurseiro se perca no caminho. Por outro lado, se forem respostas sólidas, cresce o compromisso e a determinação necessários para o tempo
longo de estudo que virá.
2 – Conheça os próprios pré-requisitos
Há uma diferença significativa entre escolher uma carreira e ser escolhido. Quando o concurseiro segue pela segunda opção, se inscreve no certame que estiver com edital lançado e inscrições abertas, estuda para as provas correndo contra o tempo e se vale de subterfúgios para a aprovação. Como o montante de pessoas que seguem essa trilha é alto em razão da falta de informação e do
imediatismo, a indústria que vende esperança e soluções prontas se mantém, sem qualquer compromisso em tornar as entidades públicas melhores por meio do trabalho de bons profissionais.
Entretanto, os que decidem escolher que carreira seguir, avaliando os próprios pré-requisitos e se preparando com antecedência, tendem a estar mais bem preparados tanto para as provas quanto para a função pública. As premissas que precisam ser avaliadas são: remuneração, local de trabalho (cidade de lotação, perfil da entidade ou órgão), rotina de atividades, funções exercidas, possibilidades de crescimento e política de valorização e benefícios.
A partir dessa listagem, é possível identificar as carreiras que irão atender aos anseios e, só então, seguir para escolha de quais concursos públicos se encaixam no perfil desejado.
3 – Adaptação do concurso à vida
A ordem de ajuste é essa: o concurso se adapta à vida e não o contrário. Infelizmente, ainda há uma grande quantidade de candidatos que acredita que o estudo para as provas deve ser a
prioridade máxima da rotina, do contrário, não terão chance de aprovação. É uma visão equivocada.
Como adultos que, em sua grande maioria, trabalha e estuda, os concurseiros têm vários papéis a serem atendidos e, nem por isso, conquistar uma carreira pública será deixado de lado por não estar em primeiro lugar. Ao invés de negar a posição correta na lista de prioridades, é necessário investir em gestão de tempo e organização para que exista a adaptação adequada.
Não há uma regra de quantas horas diárias se deve estudar para conseguir uma boa nota. É preciso usar o tempo disponível com eficiência e produtividade, prezando pela qualidade e memorização do aprendizado ao invés da contagem de horas “líquidas”.
4 – Desenvolvimento de habilidades pessoais
Como foi citado, desenvolver habilidades individuais, como determinação, persistência, organização e produtividade, faz parte de todo o processo prévio aos estudos de fato. Identificar as competências e os novos hábitos a serem construídos é tão relevante quanto ter um checklist dos conteúdos cobrados. O maior trunfo de quem se torna servidor público com menos estresse e
conquistando uma carreira profissional está nessa etapa.
Perde-se menos tempo, energia, dinheiro e outros recursos emocionais quando há dedicação a esses pontos. Afinal, uma série de decisões são tomadas previamente, evitando a fadiga do imediatismo e garantindo mais segurança ao processo.
O autodesenvolvimento é, sem dúvida, o maior ganho de um concurseiro, já que ele precisa aprender como se autogerir na vida e na maneira de aprender enquanto absorve conteúdo técnico e acadêmico.
Vencidas essas etapas iniciais, que precisarão ser revisitadas para manter a consistência dos passos dados, é possível escolher quais os materiais de estudo serão usados, começando, sempre, pelas disciplinas mais presentes nas seleções e passando para as mais específicas.