Dois dos maiores fazedores de hits do carnaval baiano estão com canções de exaltação à mulher. Para a realidade dos bailes de swingueiras, nos quais imperam substantivos sexistas como “ordinárias” e “periguetes”, as canções flertam com o feminismo.
A do cantor Márcio Victor, do grupo Psirico, está em todos os cantos de Salvador. Nas ruas, é possível ver garotas animadas requebrando com os braços erguidos e cantarolando: “É, É, É, É… Mulheres no Comando/ Mulheres no Poder”.
A de Leo Santana, que vive bom momento na carreira solo, enche a figura feminina de mimos: “Maravilhosa é ela/ Inteligente é ela/ Quem mete dança é ela/ Quem vai no chão é ela”.
Em comum, “Mulheres no Poder” e “Maravilhosa é Ela” reposicionam a figura da mulher dentro do pagode baiano com a premissa de que “ela faz o que quiser sem precisar ser tachada por estigmas machistas”. Se quiser descer até a boquinha da garrafa, pode que não será desqualificada. Não era assim. Basta lembrar dos primeiros tempos de “É o Tchan”.
O hit do Psirico é um dos mais tocados nas rádios baianas. Está na boca do povo e tem até coreografia com mais de 1,2 milhão de visualizações no YouTube. Na canção, que mistura o cavaquinho com a levada do samba de roda do Recôncavo baiano, as solterinhas fazem o que querem na balada. Vão à praia, garantem a marquinha de sol e, de noite, jogam-se no pagodão sem ter que dar satisfações aos marmanjos e fofoqueiras de plantão. Rebolam com direito a combo de uísque, com Amarula, Chandom e tequila.
Mulheres no poder
Ê, Ê, Ê, Ê… Mulheres no comando
Mulheres no poder
Ê, Ê, Ê, Ê… Mulheres no comando
Mulheres no poder
Mulherada depois de pegar uma praia
E acender a marquinha vamos causar na balada
É hoje, hoje é tudo de mainha
No comando só as solteirinhas a baladinha promete…
A baladinha promete
Desce combo de Whisky, com Amarula e Chandon. Dá tequila pra novinha que o couro vai comer
O suingue de Leo Santana começou a tocar na virada deste ano, simultaneamente com outros sucessos do cantor, todos candidatos a se tornarem o hino de carnaval, como “Santinha”. O mote de “Maravilhosa é Ela” é praticamente o mesmo do grupo Psirico. A mulher cheia de si, faz o que quer e vai até o chão parando o baile.
Cheirosa aqui é ela
Gostosa aqui é ela
Estilosa aqui é ela
É ela, é ela
Maravilhosa é ela
Inteligente é ela
Quem mete dança é ela
Quem vai no chão é ela
Quem vai no chão é ela
Quem vai no chão é ela…
“Santinha”, também no “hit parade” momesco, brinca com a autocensura feminina. A música fala da liberação da mulher comportada depois que chega ao baile e toma uns goles de uísque, libertando-se das amarras hipócritas. É a aposta maior do cantor de “Rebolation” para o carnaval. Mas, em Salvador, a lei é outra e só durante a folia o Brasil vai saber qual a canção que vai bombar Brasil afora. A música campeã sobe ao trono atrás do trio e quem elege é o folião.
A santinha perdeu o juízo
Tomou uma e já ficou louca
Quando bebe ela é um perigo
Sai beijando de boca em boca
A santinha perdeu o juízo
Tomou uma e já ficou louca
Quando bebe ela é um perigo
Sai beijando de boca em boca
Com a garrafa de uísque a santinha (desce)
Com a garrafa de tequila a santinha (desce)
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