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Oswaldo Montenegro em outros palcos: cantor mudou o teatro brasiliense

O artista montou a Oficina dos Menestréis e desenvolveu uma geração de atores da capital

atualizado

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Oswaldo Montenegro
1 de 1 Oswaldo Montenegro - Foto: Divulgação

Assim que chegou a Brasília, em 1975, o diretor e coreógrafo uruguaio Hugo Rodas conheceu Oswaldo Montenegro e, juntos, levaram ao palco do Galpão o musical “João Sem Nome”, uma saga nordestina que movimentou a cidade. Havia ali a conjunção de uma primeira geração de atores formados na capital com dois futuros e fundamentais nomes da cultura brasiliense.

Amantes de música, Hugo e Oswaldo montaram um espetáculo sobre o sentido da partida do nordestino de sua terra. As ilusões e as dores de sair em busca de uma vida, nem sempre, melhor.

“João Sem Nome” teve receptividade calorosa do público. A equipe tinha nomes como Dimer Monteiro (que também dirigiu uma versão), Iara Pietricovsky, Tânia Helena, Mongol (parceiro musical de Oswaldo e essencial em sua carreira), Milton Rodrigues e Sérgio Alcofra.

O musical chegou ao Rio de Janeiro, e a peça recebeu críticas entusiasmadas por renovar o gênero do teatro musical brasileiro, trazendo uma ginga observada nos corpos dos atores. O crítico Yan Michalski batizou formalmente o grupo de Os Novos Menestréis. Oswaldo já estava ao lado dos parceiros José Alexandre, Mongol e Madalena Salles.

Prestes a decolar como cantor e compositor a partir dos modelos de festivais das canções (1979, ele compõe “Bandolins”), Oswaldo Montenegro desenvolve um trabalho fundamental de projeção do teatro brasiliense na virada de 1970 a 1980. Começa a montar musicais entre a capital, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Em 1981, Oswaldo cria “Veja Você Brasília”, ao lado de Mongol, Madalena Salles e José Alexandre. O espetáculo é uma declaração de amor à cidade, sua estranheza, paixão e solidão.

Oswaldo decide fazer uma audição. Foram mais de 500 testes, 60 artistas aprovados e 60 chamadas, por dia, na televisão. Entre os talentos selecionados, estavam o cantor e ator Eduardo Costa, Cássia Eller e Zélia Cristina (hoje, Duncan) e Marcelo Saback. Foram seis meses de trabalho. Em abril de 1982, o musical estreou na Sala Villa-Lobos, com casa superlotada durante toda a temporada de 15 dias.

Quando Cássia cantou, eu quase caí pra trás. Porque ali estava a marca, ali estava o talento, não se parecia com nada, nasceu com aquilo e tinha uma dimensão que eu não conseguia explicar, mas não podia prender. Eu botei ela cantando tudo da peça.

Oswaldo Montenegro

Oswaldo elaborou o método, batizado de Oficina dos Menestréis, no qual “o objetivo era trabalhar com seus atores, cantores e bailarinos para atingir maior agilidade, melhor noção de conjunto e atenção redobrada dos atores, com exercícios baseados no método do reflexo e da atenção”. Isso ecoa no palco.

Em 1982, criou o musical “A Dança dos Signos”, o seu maior sucesso no teatro. Essa produção foi  remontada em Brasília nos anos 1990, quando Deto, irmão de Oswaldo, desenvolveu o método e montou a Oficina dos Menestréis num colégio particular de Brasília. Dali, brotaram talentos que hoje alimentam a cena teatral brasiliense como Juliana Drummond, Abaetê Queiroz e Rosanna Viegas.

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