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O teatro musical transformou a ventania no furacão Cássia Eller

A série Teatro O61 refaz a curta passagem da cantora pelos palcos teatrais da cidade em shows cênicos e óperas

atualizado

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cassia eller
1 de 1 cassia eller - Foto: Divulgação

Quando foi selecionada para o musical “Veja Você, Brasília”, em 1981, Cássia Eller deixou Oswaldo Montenegro tonto. A potência era tanta que ele a colocou na abertura do espetáculo ao piano. O artista conta, em entrevistas, o quão ficou desconcertado com o som rouco que saía da garganta e se transformava em música doce, dura e seca.

Falei alto: hoje ouvi a maior cantora do Brasil

Oswaldo Montenegro

O sucesso da peça na Sala Villa-Lobos pôs Cássia Eller na rota do teatro musical e das óperas. Em 1984, Cássia Eller entrou na fila da audição de “Porgy and Bess”, de George Gershwin, e foi selecionada para ser corista. Era mezzo-soprano e impressionou a dama da ópera em Brasília, Asta Rose Arcaide, pela personalidade forte que adquiria em cena. Cássia ainda fez a opereta “My Fair Lady”, com direção de Arthur Meskell, professor da Universidade de Brasília (UnB).

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Cássia ao lado do parceiro artístico Marcelo Saback
Na época do Bom Demais
A artista faleceu em dezembro de 2001
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Cássia Eller em "Gigolôs"

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Cássia ao lado do parceiro artístico Marcelo Saback

Reprodução
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Na época do Bom Demais

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A artista faleceu em dezembro de 2001

 

O palco cênico era a passagem de amadurecimento para Cássia Eller, que já estava balançando os pilotis com o Malas e Bagagens, grupo em que foi convidada para ser vocalista pela pianista Dora Galesso. Aparecia no Concertos Cabeças, na Feira da Música e no Jogo de Cena, eventos que salvavam Brasília do tédio burocrático.

Cássia estava muito próxima de Janette Dornelas e de Marcelo Saback. A primeira ela conheceu na fila de audição de “Porgy and Bess”. O segundo, no musical “Veja Você, Brasília”. Juntos, começaram a idealizar shows cenicamente mais apurados. “Dose Dupla” lotou a Sala Martins Pena por três noites. O show tinha direção musical de Márcio Faraco, violonista de primeira linha.

O de maior repercussão, no entanto, foi o teatral “Gigolôs”, escrito e dirigido por Alexandre Ribondi, que aparecia no palco como um poético garçom, enquanto Cássia e Marcelo passeavam por repertório impecável.

Há este vídeo raro no YouTube, no qual Cássia surge num impensável vestido todo trabalhado em lantejoulas. Ela e Marcelo cantam a deliciosa “Just A Gigolô – I Ain’t Got Nobody”, do cantor David Lee Roth. Ribondi, que vinha de um grande sucesso teatral, “Crepe Suzette”, ensinou Cássia a se equilibrar no salto alto.

A peça estreou na Sala Funarte e depois migrou para a Villa-Lobos. Nesse momento, o nome Cássia Eller já havia caído no boca a boca. O bar Beirute, central de artistas e descolados, não falava em outra pessoa. O destino de Cássia Eller estava selado em Brasília. Seria a próxima estrela musical a conquistar o Brasil.

Nas coxias, a grande cantora brasileira, que se consagraria nos anos 1990, trazia toda a sua irreverência. Marcelo Saback, hoje roteirista de sucesso, conta que, na noite da estreia, quando todos foram se concentrar no camarim, Cássia estava dentro do vestido de lantejoula e um dos seios de lado de fora. Era naturalíssimo, como um vento forte que se transforma em potente furacão.

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