Adriana Nunes encarna Dercy e abre nova fase na carreira nacional

Uma década depois da morte de Dercy Gonçalves, uma novíssima geração de humoristas subiu, nessa quinta (19/7), no palco do Teatro Gazeta (São Paulo) para louvar àquela que foi uma das pioneiras do humor brasileiro. Entre as mulheres, estava Adriana Nunes da Cia. de Comédia Os Mulheres do Mundo.

Caracterizada da rainha do deboche, Adriana arrancou risos e aplausos efusivos de uma plateia que lotou a casa de espetáculos para celebrar uma série de pequenas cenas de stand-up comedy. Não é a primeira vez em que a brasiliense homenageia Dercy. Em 2010, subiu ao palco do CCBB Brasília, ao lado de Jones Schneider, Carmem Verônica, Íris Bruzzi e a bateria da Acadêmicos da Asa Norte, no projeto “Mitos do Teatro Brasileiro”, do Criaturas Alaranjadas Núcleo de Criação Continuada.

“Mas pra quê que eu fui chamada aqui?
Ah, pra homenagear a Dercy… (imita)
Sei
Não preciso de homenagens…
Sabe por quê?
Porque eu sou do teatro porra!!!
Do tempo em que fazer teatro era vender a casa, o carro e tirar a perereca da vizinha da gaiola”

De Dercy no Teatro Gazeta, foi como se fosse um batismo no stand-up comedy, estilo que Adriana Nunes se prepara para encarar em muito breve.

Quero fazer algo feminino, feminista, de mulher empoderada. Isso tem transformado minha vida e já preparo o texto

Adriana Nunes

Única mulher da Cia de Comédia Os Melhores do Mundo, Adriana Nunes segue tendo o seu destaque no grupo que concebeu nos anos 1990. No entanto, investe forte numa carreira independente de atriz. Em São Paulo, a comédia Mercedes com Z é sucesso de público e tem atraído a atenção da classe artística, como Tom Cavalcante e Ingrid Guimarães. A peça tem se revezado entre a capital paulista e Brasília. Caminha agora para o Rio de Janeiro onde vai dividir a cena com o amigo Ricardo Pipo.

Mudei o roteiro de Mercedez com Z para ficar mais poderoso do ponto de vista feminino

Adriana Nunes

Em alta no canal Multishow, no qual fez recentemente a série cômica Darcy, com Tom Cavalcante, além de participações no programa de comédia Treme Treme, Adriana Nunes desenvolve uma série de projetos independentes que a coloca na linha de frente de movimento que torna o humor brasileiro menos masculino.

Isso acontece num momento em que o humor machista, racista, sexista e homofóbico enfrenta resistência da plateia como os casos gritantes de Cociello e Rodrigo, do Jacaré Banguela, ambos envolvidos em polêmicas de injúria racial

Vinda da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, Adriana Nunes, uma atriz trabalhada em sala de ensaio, prepara-se para se batizar no stand-up comedy.

Quero falar um pouco das minhas experiências como mulher, mãe e atriz. Rir e refletir disso tudo

Adriana Nunes