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“The Handmaid’s Tale” é mais atual do que gostaríamos que fosse

A série produzida pela Hulu e premiadíssima no Emmy 2017 apresenta um mundo distópico onde mulheres perdem todos os direitos

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1 de 1 the handmaid tale 5 - Foto: Divulgação

O destaque da série “The Handmaid’s Tale” na premiação do Emmy 2017 era esperado. A produção, realizada pela plataforma de streaming Hulu, foi um sucesso de público e crítica no mundo todo ao trazer um mundo distópico pavoroso — mais realista do que gostaríamos de admitir.

A série, que tem 10 episódios na primeira temporada, conta a história de Offred (Elizabeth Moss, premiada no Emmy), uma das mulheres que servem de aia na República de Gilead – novo nome dado aos Estados Unidos quando um governo radicalmente religioso domina o país.

O cenário descrito na série não poderia ser pior às mulheres. Nele, elas não podem trabalhar, são impedidas de saírem de casas sozinhas, perdem o direito ao nome (Offred significa “of Fred”, “de Fred”, o nome de seu novo senhor), servem de escravas sexuais e sequer podem escolher as roupas que usam – as aias, por exemplos, são obrigadas a trajar um vestido longo vermelho.

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No mundo distópico criado por Margareth Atwood, as mulheres perderam praticamente todos seus direitos
Offred e as outras aias em um dos poucos momentos em que podem andar juntas
Offred, a protagonista da série interpretada por Elizabeth Moss: "O futuro é um maldito pesadelo"
Alexis Bledel, também premiada no Emmy 2017, dá corpo à Ofglen na série: "O amor é proibido aqui"
Madeline Brewer, atriz que dá vida à Janine, também se destaca na série: "Seu corpo não é mais seu"
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Elizabeth Moss, a protagonista da série, levou o prêmio de melhor atriz no Emmy 2017

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No mundo distópico criado por Margareth Atwood, as mulheres perderam praticamente todos seus direitos

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Offred e as outras aias em um dos poucos momentos em que podem andar juntas

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Offred, a protagonista da série interpretada por Elizabeth Moss: "O futuro é um maldito pesadelo"

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Alexis Bledel, também premiada no Emmy 2017, dá corpo à Ofglen na série: "O amor é proibido aqui"

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Madeline Brewer, atriz que dá vida à Janine, também se destaca na série: "Seu corpo não é mais seu"

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O livro escrito por Margareth Atwood foi traduzido ao português e é vendido por R$ 26,90

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Medo
A série ganha força ao mesclar a rotina atual de Offred com seu passado – ela se chamava June, era casada com um homem negro e tinha uma filha, ambos com destinos desconhecidos após a chegada do novo governo ao poder.

Se de início o espectador questiona a possibilidade de um mundo tão radical, essas barreiras se quebram ao ver como os direitos da protagonista foram suprimidos aos poucos, em cenário sempre permeado por uma incredulidade e um otimismo no futuro.

A fotografia, o ritmo da narrativa – lento e paciente, como afirmando que uma mudança daquele porte não ocorre rapidamente – e a capacidade de trazer vários ângulos diferentes dentro da história acentuam o assombro provocado pela série. Ao fim, é impossível deixar a pergunta de lado: o quão é possível que isso ocorra na vida real?

Atualidade
O livro que inspirou a série, traduzido para o português como “O Conto da Aia” (editora Rocco, R$ 26,90), foi escrito pela canadense Margareth Atwood em 1985. Embora tenha feito relativo sucesso durante o lançamento – chegando a ganhar o prêmio de ficção científica Arthur C. Clarke, um dos mais importantes do tipo no mundo –, a obra só voltou à tona com a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, em 2016.

Conhecido por ser um machista inveterado, Donald Trump se tornou alvo de protestos realizados pelo movimento feminista. Muitas das mulheres que foram às ruas levaram cartazes trazendo a capa do livro de Margareth Atwood, afirmando o medo dele usá-lo como um manual para seu governo.

Dessa forma, “The Handmaid’s Tale” traduz tão bem os pavores da atualidade que, mesmo escrito há mais de 30 anos e representando um futuro diferente do que vivemos, é capaz de deixar qualquer espectador arrepiado.

As palavras de Offred, ditas apenas em pensamento (pois o mundo em que ela vive jamais a permitiria expressá-las), continua a ecoar em nossos ouvidos: “O futuro é um maldito pesadelo”.

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