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O tempo e Ferris Bueller: os 30 anos de “Curtindo a Vida Adoidado”

“Curtindo a Vida Adoidado” completou 30 anos no dia 11/06, atingindo assim a meia-idade. Confira aqui as teorias, a nostalgia e a sequência que ainda dão vida ao filme.

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Paramount/Divulgação
Curtindo a Vida Adoidado
1 de 1 Curtindo a Vida Adoidado - Foto: Paramount/Divulgação

“Curtindo a Vida Adoidado” estreou nos Estados Unidos em 11 de junho de 1986, e portanto completou 30 anos de idade no último sábado. Escrito e dirigido por John Hughes, marcou época por celebrar a rebeldia adolescente de uma maneira inocente e imaculada, que deixou seus espectadores felizes em vez de reflexivos.

O longa narra as peripécias de Ferris Bueller (Matthew Broderick), Cameron Frye (Alan Ruck) e Sloane Peterson (Mia Sara) quando eles decidem matar aula e deixar o subúrbio onde moram rumo à cidade de Chicago.

Youtube
Curtindo a Vida Adoidado aos 50?

 

O filme é um exemplo perfeito de nostalgia. Capturou o coração do público e causa um brilho no olho e um sorriso no rosto de quem o relembra. O próprio título, “Curtindo a Vida Adoidado”, já parece um chamado para a ação, uma filosofia de vida que todos nós já vislumbramos adotar uma vez. Como tudo dá certo somente no cinema, manter o espírito de Ferris Bueller vivo recaiu sobre sua legião de fãs. Aqui, a coluna Spoilers mostra um pouco do legado que o filme deixou, incluindo até uma reencarnação comercial.

Turismo nostálgico
O site “AV Club” acaba de fazer um artigo fotográfico com as locações mais marcantes do filme, como elas eram e como estão hoje. A maioria dos espaços continua do mesmo jeito, exceto pelas árvores mais altas, provavelmente por serem pontos turísticos e culturais.

Reprodução/The A.V. Club
Hoje ou 30 anos atrás??

Curioso ver que o que menos mudou foi a fachada da escola em Northbrook Illinois, que aparece quando Ferris vai buscar Sloane.

Além disso ainda existem tours oficiais com guias turísticos, uma oferta no site de compras coletivas Groupon para viver o itinerário de Ferris, Cameron e Sloane, e ainda a Ferris Fest, um festival com duração de três dias que comemorou o aniversário do filme em maio.

A teoria de Cameron
Muitas vezes identificamos o personagem principal de uma obra por examinar o arco dramático dos personagens, ou seja, avaliar um personagem no começo da história e de novo no final, com atenção especial para a maneira como ele ou ela mudou. Por essa ótica, o personagem principal deste filme seria Cameron Frye.

É ele que passa por uma mudança: de um adolescente em plena crise existencial, com medo de expressar suas vontades, para um protótipo de homem, que pela primeira vez na vida terá a coragem de confrontar seu pai. Ferris é o agente de mudança que força a transformação de Cameron. Afinal, ele é exatamente o mesmo do começo ao fim. Muitos até o veem como uma pessoa terrível, que mente para os seus pais, cabula aula, pressiona os amigos a serem seus cúmplices e causa danos na propriedade dos outros (pobre Ferrari).

Reprodução

Quem quer ir além, consegue: as teorias mais complexas supõem que Ferris Bueller seria um amigo imaginário de Cameron, uma espécie de Tyler Durden versão adolescente. Tudo seria uma fantasia em que Cameron, doente, imaginaria Ferris (que por sua vez finge estar doente) pressionar ele a passar um dia de estripulias pela cidade com Sloane, a mulher por quem Cameron é apaixonado.

Como ela é um amor impossível, fica como namorada de Ferris. Para quem acha impossível é melhor lembrar aquela vez em que viu “Clube da Luta” e ficou de boca aberta quando descobriu que Tyler Durden e o narrador eram a mesma pessoa.

O Som da Nostalgia
Apesar de dedicar muito tempo e trabalho para escolher a música de seus filmes, Hughes decidiu não lançar a trilha sonora do filme, a contragosto da gravadora A&M. Apesar de sucessos comerciais com as trilhas de “O Clube dos Cinco”, “Alguém Muito Especial”, e “A Garota de Rosa Shocking”, ele achou que não faria sentido incluir “Twist and Shout” e “Dankeschoen” num mesmo disco para adolescentes.

Ledo engano, pois nenhum de seus filmes evoca com maior facilidade seus personagens quanto aquele “Oh Yeah”, de Barry White, seguido por um “chika-chikah”. Com o passar do tempo, fãs identificaram e listaram as músicas presentes no filme. Alguns, com instintos empreendedores, ainda gravaram e prensaram discos (tudo meio que extra-oficialmente) para venderem por conta própria.

Todos os nossos ídolos se vendem
Finalmente chegamos à pior “homenagem” que o filme já teve. Em 2012, durante o Super Bowl (o maior evento televisivo do planeta), um comercial que tirava onda de ser a sequência do filme apareceu na televisão.

Nele, Matthew Broderick acorda num hotel luxuoso e atende um telefonema de seu empresário, dizendo estar doente demais para ir trabalhar. Em seguida ele parte pela cidade de Chicago revivendo alguns dos melhores momentos, piadas e falas do original. “Curta a Vida Adoidado no novo CR-V”, diz o locutor. Isso mesmo, o carro não é nem uma Ferrari.

Pelo menos John Hughes foi poupado de ver seu clássico adolescente ser apropriado por uma montadora de carros. Faleceu em 2009 e até hoje as gerações nascidas depois dos anos 1980 buscam alguém para expressar suas vozes de uma maneira tão universal, complexa e carinhosa.

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