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O que falta para Dwayne Johnson, o The Rock, virar o novo Schwarza?

Em cartaz no filme Arranha-Céu: Coragem Sem Limite, o ator tem carisma de sobra, mas precisa se associar a diretores melhores

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Universal Pictures/Divulgação
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1 de 1 the-rock-arranha-ceu1 - Foto: Universal Pictures/Divulgação

É impossível não se divertir pelo menos um tantinho vendo um filme de Dwayne Johnson, o The Rock, seu nome de ringue no WWE. Poucos astros atuais têm a presença do ator-lutador, capaz de articular capacidade física para cenas de tiroteio, porrada e sorriso fácil – um tino infalível para divertir o público com tiradas espirituosas e comédia gestual e física. Como não compará-lo a Arnold Schwarzenegger?

Em pouco mais de uma década e meia no cinema – seu primeiro filme como protagonista foi O Escorpião Rei (2002), prelúdio de A Múmia –, ele passou de ídolo do wrestling, modalidade que mistura habilidades atléticas e cênicas, a uma das figuras mais carismáticas e populares do cinema de ação e da cultura pop hollywoodiana.

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O Escorpião Rei (2002): estreia de The Rock como protagonista
Com as Próprias Mãos (2004)
Vin Diesel e Dwayne Johnson em Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011)
Kevin Hart e Dwayne Johnson em Um Espião e Meio (2016): ambos também contracenaram em Jumanji
G.I. Joe Origens: Snake Eyes para 22 de outubro de 2021
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O personagem Spencer (Dwayne Johnson) em Jumanji: Bem-Vindo à Selva (2017): franquia renovada

Frank Masi/Sony Pictures/Divulgação
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O Escorpião Rei (2002): estreia de The Rock como protagonista

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Com as Próprias Mãos (2004)

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Vin Diesel e Dwayne Johnson em Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011)

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Kevin Hart e Dwayne Johnson em Um Espião e Meio (2016): ambos também contracenaram em Jumanji

Claire Folger/Warner Bros./Divulgação
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G.I. Joe Origens: Snake Eyes para 22 de outubro de 2021

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The Rock na mais recente encarnação de Hércules (2014)

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Johnson, Mark Wahlberg e Anthony Mackie em Sem Dor, Sem Ganho (2013), dirigido por Michael Bay

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Johnson em Southland Tales (2006)

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Maui, personagem da animação Moana (2016) dublado por Johnson

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The Rock como Davis Okoye em Rampage: Destruição Total (2018)

Warner Bros./Divulgação

O ano de 2018 mal passou da metade e já estrearam três filmes protagonizados pelo californiano: a sequência Jumanji: Bem-Vindo à Selva, a adaptação de videogame Rampage: Destruição Total e o recém-lançado Arranha-Céu: Coragem Sem Limite, no qual ele desafia o perigo a centenas de metros de altura para salvar sua família de um incêndio de grandes proporções no maior edifício do mundo, em Hong Kong.

Não há duvidas do quanto The Rock é querido – na indústria de entretenimento e pelos fãs. Mas a carreira dele ainda carece de filmes marcantes. Apesar do inegável magnetismo, parece faltar a Johnson a colaboração frutífera e constante que Schwarzenegger nutriu com grandes diretores.

Schwarza só se tornou ídolo atemporal de parte da cinefilia porque trabalhou com os melhores autores de sua época: James Cameron (O Exterminador do Futuro, True Lies), Paul Verhoeven (O Vingador do Futuro), John McTiernan (Predador, O Último Grande Herói), John Milius (Conan, o Bárbaro) e Walter Hill (Inferno Vermelho).

De longe, o melhor personagem de The Rock é Luke Hobbs, o agente de segurança diplomática dos Estados Unidos que entra para a “família” fora da lei de Toretto (Vin Diesel) na franquia Velozes e Furiosos. A chegada de Johnson ajudou a globalizar a franquia a partir do quinto filme, Operação Rio (2011). Após quatro longas quase rivalizando o protagonismo com Diesel, ele e Jason Statham ganham spin-off próprio em Hobbs e Shaw, previsto para estrear no meio de 2019.

No mais, as performances de Johnson são sempre melhores do que os produtos estrelados por ele. Tentou atualizar Hércules em 2014, mas não pegou. Mesma coisa com o salva-vidas Mitch Buchannon, originalmente vivido por David Hasselhoff, em Baywatch: S.O.S. Malibu (2017).

Fora outros trabalhos que merecem destaque – o desenho Moana (2016), no qual foi dublador do personagem Maui, inspirado em seu avô samoano (também wrestler) Peter Maivia, Bem-Vindo à Selva (2003) e os cults Southland Tales (2006) e Os Outros Caras (2010) –, The Rock gravou vários filmes que não passam de razoáveis – Um Espião e Meio (2016), Sem Dor, Sem Ganho (2013), Com as Próprias Mãos (2004), entre outros – e acumula sua pequena cota de bombas, como Doom: A Porta do Inferno (2005).

Matt Kennedy/Universal Pictures/Divulgação
Hobbs (Johnson) em Velozes e Furiosos 8: melhor personagem de The Rock

 

Velozes e Furiosos 5 e 8 à parte, nenhum desses filmes sequer se aproxima dos supracitados de Schwarza. E, para o azar de Johnson, há menos cineastas talentosos de ação hoje do que 20, 30 anos atrás. Hobbs e Shaw leva direção de David Leitch, autor em ascensão do ótimo De Volta ao Jogo (2014), o qual coassinou com Chad Stahelski, e dos irregulares Atômica (2017) e Deadpool 2 (2018). Já é alguma coisa.

O ideal mesmo seria ver The Rock trabalhando com o espanhol Jaume Collet-Serra, por exemplo, responsável pelos melhores títulos da recente safra de Liam Neeson – Desconhecido (2011), Sem Escalas (2014) e O Passageiro (2018).

Seria sensacional ver o astro sob o comando de Paul W.S. Anderson, outro que burilou um estilo autêntico em torno de uma estrela – no caso, sua mulher, Milla Jovovich, na franquia Resident Evil. Imagine Johnson dirigido por Michael Mann, o mestre da obra-prima Fogo Contra Fogo (1995)? O The Rock auteurism pode ser muito mais. Por ora, essas associações habitam apenas o sonho dos cinéfilos.

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