Netflix: Dumplin’ discute beleza contemporânea com muito country
A humanidade dos personagens é explorada e se torna o destaque de um filme que, sem isso, seria um fracasso
atualizado
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Dumplin’, novo lançamento da Netflix, traz Jennifer Aniston e Danielle Macdonald (Patti Cake$) em uma comédia dramática (classificada como dramedy, em inglês). A trama segue a vida de Willowdean ‘Dumplin’ Opal (Macdonald), a filha adolescente de uma antiga Miss (Aniston). Ao descobrir uma aspiração de sua tia, Lucy (Hilliary Begley), de competir em um concurso de beleza, Willowdean decide terminar o legado da parente no concurso Miss Teen Bluebonnet.
Em um ato de protesto, ela se inscreve junto com a melhor amiga, Ellen (Odeya Rush), mas não contava com a participação de Millie (Maddie Baillio) e Hannah (Bex Taylor-Klaus). Juntas, elas buscam revolucionar a competição.
Dumplin’, dirigido por Anne Fletcher (Vestida para Casar e A Proposta), dá um toque refinado a essa produção teen. O filme contém alguns momentos cômicos que não deram muito certo, porém, explora a humanidade das personagens. Uma das melhores partes é assistir Ellen, Millie, Hannah e Willowdean interagirem entre si.
Outro ponto positivo é que, apesar de nunca aparecer fisicamente, Dolly Parton acaba se tornando seu próprio personagem através da trilha sonora e de como ela influencia os integrantes da fita. Obviamente, sua imagem é romantizada, porém, não deixa de ser inspiradora e faz com que o telespectador queira escutar sua discografia completa.
Uma das evidências da humanização dos personagens é a relação que Willowdean tem com sua melhor amiga, a fazendo se sentir mal por serem diferentes. Apesar do foco do filme ser uma competição de beleza, a trama passa mais tempo focando nos detalhes da noite especial, algo mais interessante e importante do que o resultado.
A subtrama romântica, finalmente, parece ter sido desenvolvida com esse propósito. Willowdean, apesar de ter um “crush” no bonitão (Luke Benward), é afetada realisticamente pelo garoto. A vida dela não se define pelo fato de estar solteira. O mundo dos personagens é próprio e o filme parece uma documentação de um capítulo importante da vida da protagonista.
Enquanto a revolução das garotas começa como uma “revolta contra o patriarcado hétero-normativo inconscientemente internalizado pela psique feminina”, segundo Hannah, o movimento acaba perdendo força quando elas percebem que o concurso pode ser divertido.
Fãs de comédias românticas ou as famosas dramedies se divertirão com Dumplin’. Críticos apontaram que o filme parecia “pregar” certos movimentos sociais ou ideologias. No entanto, em comparação a outros longas do mesmo naipe produzidos pela Netflix, essa fita deixa a desejar e não atinge, por exemplo, o mesmo impacto de Para Todos os Garotos Que Já Amei.
Avaliação: Regular