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Netflix: A Maldição da Residência Hill combina terror e drama familiar

Série criada por Mike Flanagan acompanha passado e presente de uma família assombrada por fantasmas e memórias trágicas

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1 de 1 a maldição da residência hill the-haunting-of-hill-house-cast-image - Foto: Netflix/Divulgação

Nova sensação da Netflix, A Maldição da Residência Hill mal chegou à plataforma de streaming e já virou uma série cultuadíssima por público e crítica. No ranking de melhores seriados segundo o voto dos usuários do IMDb, por exemplo, a criação do diretor Mike Flanagan é a produção mais bem colocada do canal, à frente de House of Cards, Stranger Things e Narcos, entre outras atrações. O escritor Stephen King, mestre do terror, disse que a obra chega “perto de um trabalho de gênio”.

Baseada no livro clássico de Shirley Jackson, que já rendeu adaptações para cinema e teatro, Residência Hill funciona como uma espécie de relicário da família Crain. É como se cada objeto retirado simbolicamente desse baú de memórias trouxesse à tona traumas, medos e experiências definidoras de personalidade de cada um.

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Eventos vividos pela família Crain em 1992 reverberam anos depois, em 2018
O pequeno Luke (Julian Hilliard): na vida adulta, ele se torna dependente químico
Shirley (Elizabeth Reaser) e Steven (Michiel Huisman), os irmãos mais velhos: escritor famoso de histórias de terror e dona de funerária
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Nell (Violet McGraw) e o pai, Hugh (Henry Thomas): traumas na residência Hill

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Eventos vividos pela família Crain em 1992 reverberam anos depois, em 2018

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O pequeno Luke (Julian Hilliard): na vida adulta, ele se torna dependente químico

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Shirley (Elizabeth Reaser) e Steven (Michiel Huisman), os irmãos mais velhos: escritor famoso de histórias de terror e dona de funerária

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Pôster de A Maldição da Residência Hill

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Com tempo de sobra para desenvolver a trama – 10 episódios totalizando 10 horas de duração –, Flanagan leva para a narrativa seriada seu interesse em contar histórias de terror por um viés familiar, algo que já fez em vários de seus filmes, como O Espelho (2013), O Sono da Morte (2016) e Jogo Perigoso (2017). Flanagan dirigiu todos os capítulos e escreveu quatro deles.

O cineasta consegue combinar as delícias do horror – aparições de fantasmas, ruídos estranhos, atmosfera de constante ameaça, a imprevisibilidade do desconhecido – com a densidade pedida por um drama que também descortina “fantasmas reais”, especialmente o luto.

Como cada episódio revela novas camadas dessa saga familiar, vale falar da trama com certa discrição para evitar spoilers. A série vai e volta no tempo entre passado e presente. Em 1992, o casal Hugh (Henry Thomas) e Olivia Crain (Carla Gugino, estrela de Jogo Perigoso) e seus cinco filhos se mudam para a velha mansão Hill.

O plano dos Crain envolve reformar o espaço para vendê-lo por uma boa quantia e assim construírem um outro lar, mais confortável e personalizado – Olivia chama esse projeto de Casa Para Sempre. Mas eventos sobrenaturais e uma morte estragam qualquer esboço de harmonia. Os relatos ganham cobertura midiática. Eles nunca mais foram os mesmos.

Em 2018, os irmãos Steven (Michiel Huisman), Shirley (Elizabeth Reaser), Theodora (Kate Siegel, atriz de Hush, talvez o melhor filme de Flanagan), Luke (Oliver Jackson-Cohen) e Nell (Victoria Pedretti) e o pai (Timothy Hutton) se reconectam quando uma nova tragédia traz à tona fraturas emocionais e lembranças de quase trinta anos atrás.

Mais drama familiar apegado ao oculto do que terror sobre memórias dolorosas, a série talvez decepcione um pouco quem espera uma genuína obra de casa mal-assombrada. Ou seja, um horror mais direto e franco, sem tanto relevo sentimental.

De todo modo, os personagens podem fascinar qualquer tipo de público. Como Steven, autor que obteve prestígio escrevendo sobre o que aconteceu na mansão Hill, e Shirley, dona de funerária e irmã mais velha que carrega o fardo de sempre tentar manter a família minimamente unida e próxima.

Certo é: quem visita a residência Hill não sai de lá imune.

Avaliação: Bom

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