Herói de ação, dono de Oscar e diretor: conheça as facetas de Denzel
Um dos maiores astros de Hollywood nos últimos 30 anos, ator acumula prestígio e popularidade ao se multiplicar em produções distintas
atualizado
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Denzel Washington é um artista de muitas faces. Astro da continuação O Protetor 2, em cartaz nos cinemas, o ator se consolida como um dos poucos grandes nomes de Hollywood capazes de equilibrar imensa popularidade, prestígio artístico e excelência no planejamento de carreira.
Em pouco mais de 40 anos, ele acumula 56 créditos de atuação, número relativamente baixo para os padrões da indústria de entretenimento. Bruce Willis, por exemplo, tem tempo de trajetória parecido e quase o dobro de trabalhos no currículo.
Apesar de mundialmente conhecido, Denzel só estreou sua primeira franquia em 2014, no primeiro O Protetor. Ainda assim, trata-se de um projeto com relevo pessoal: ele também produz – um investimento que só empreendeu em poucas ocasiões – e divide a saga com um de seus diretores mais queridos, Antoine Fuqua, autor de Dia de Treinamento (2001), no qual o astro ganhou seu segundo Oscar ao viver um policial corrupto, e da atualização do clássico faroeste Sete Homens e um Destino (2016).
A colaboração com dois grandes cineastas, Spike Lee e Tony Scott, tornou Denzel quem ele é: tanto um dos defensores mais respeitados da identidade negra em Hollywood, encarnando sobretudo personagens históricos e papéis representativos de questões raciais nos EUA, quanto um habilidoso herói de filmes de ação.
Quando interpretou Malcolm X (1992) na segunda das quatro colaborações com Lee, o americano recebeu sua terceira indicação ao Oscar num espaço de cinco anos. Antes, estreou na cerimônia vivendo o ativista Steve Biko em Um Grito de Liberdade (1987) e venceu sua primeira estatueta ao enfrentar o preconceito na época da Guerra Civil no drama bélico Tempo de Glória (1989).
(Vale lembrar que o primogênito dos quatro filhos de Denzel, John David, protagoniza o mais recente longa de Lee, Infiltrado na Klan. Estreia no Brasil em 22 de novembro.)
A carreira do ator deu pelo menos dois grandes saltos de popularidade num curto espaço de tempo: no drama sobre AIDS Filadélfia (1993), contracenando com Tom Hanks, e na produção Disney Duelo de Titãs (2000), em que vive o personagem real Herman Boone, técnico de futebol americano diante do desafio de integrar jovens atletas negros e brancos nos anos 1970.
Dono de uma risada inconfundível e capaz de equilibrar candura e vigor em suas performances, Denzel sempre pareceu o tipo ideal para liderar filmes de ação. Assumiu de vez essa persona na década de 2000 ao se associar a um mestre do gênero no auge da forma: Tony Scott.
Nos anos 1990, os dois trabalharam juntos no thriller de submarino Maré Vermelha (1995). A parceria se tornou frutífera e instigante anos depois, em longas que usaram a personalidade carismática do ator para consagrar uma estética em constante frenesi: Chamas da Vingança (2004), Déjà Vu (2006), O Sequestro do Metrô 123 (2009) e Incontrolável (2010).
Nesse mesmo período, também estreou como diretor. Contou a história de um jovem negro com passado traumático em Voltando a Viver (2002) e representou ele próprio um inspirador professor de um colégio negro em O Grande Debate (2007).
Em Um Limite Entre Nós (2016), ator adaptou para cinema a peça de August Wilson que já havia dado a ele e a Viola Davis o prêmio Tony. Interpreta Troy Maxson, um lixeiro que teve a chance de virar jogador profissional de beisebol negada por causa do racismo. Nos anos 1950, seu filho persegue sonho parecido, mas entra em conflito com o pai. Denzel emplacou indicações ao Oscar de melhor filme e ator. Viola saiu premiada.
O ator completa 64 anos em dezembro, mas não dá mostras de que pretende parar de fazer filmes de ação tão cedo. E é bem possível seus trabalhos como diretor se tornem ainda mais frequentes. O cinema americano agradece.