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Desventuras em Série ganha ritmo na 2ª temporada, mas não encanta

Em episódios arrastados com cantoria desnecessária, os órfãos finalmente desvendam alguns mistérios que envolvem a morte dos pais

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Eike Schroter/Netflix
Desventuras em Série
1 de 1 Desventuras em Série - Foto: Eike Schroter/Netflix

A primeira temporada de Desventuras em Série termina com várias perguntas sem resposta e com uma certeza: a do tempo perdido. Talvez não pelo espectador em si. O original Netflix é feito para agradar não só crianças, mas adultos que na pré-adolescência sujeitaram-se aos 13 intermináveis e repetitivos livros publicados nos anos 2000. O lançamento de uma segunda parte é a prova de que a série fez sucesso.

O tempo perdido, no caso, é o da produção. As duas temporadas disponíveis atualmente no streaming sofrem do mesmo mal. A história se arrasta em cenas sem sentido, a narrativa se desenvolve a passos de tartaruga e chega ao seu 18º episódio sem elucidar praticamente nenhuma das perguntas levantadas em toda a série. Nos 10 capítulos lançados em 2018, o ritmo melhora e as desventuras dos órfãos Baudelaire parecem que vão tomar um rumo, mas é sofrível pensar que os roteiristas precisaram de duas temporadas inteiras para isso.

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Não é porque Neil Patrick Harris está no elenco que ele deve sair cantando o tempo todo
No meio da segunda temporada, as crianças passam a se disfarçar também
A série tem uma vilã mirim: Carmelita Spats e seu sapateado, feito com terríveis efeitos especiais
Olaf passa a ter o reforço de Esmé Squalor, sua nova amante
As crianças ganham uma nova aliada: a bibliotecária Olivia Caliban
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Na segunda temporada, as crianças ganham novos aliados: os trigêmeos Quagmire, que perderam os pais e o irmão em um incêndio

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Não é porque Neil Patrick Harris está no elenco que ele deve sair cantando o tempo todo

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No meio da segunda temporada, as crianças passam a se disfarçar também

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A série tem uma vilã mirim: Carmelita Spats e seu sapateado, feito com terríveis efeitos especiais

Joseph Lederer/Netflix
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Olaf passa a ter o reforço de Esmé Squalor, sua nova amante

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As crianças ganham uma nova aliada: a bibliotecária Olivia Caliban

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Engana-se quem pensa que a estrutura dos arcos narrativos muda. Na primeira temporada, vemos sempre a mesma história: novos tutores são designados aos Baudelaire, Olaf e sua trupe conseguem se infiltrar na casa disfarçados, as crianças o reconhecem de imediato e não são levadas a sério pelos adultos. São três arcos como esse na primeira temporada e quatro na segunda. O autor dos romances, Daniel Handler, tentou mudar um pouco os pesos e, a partir do nono livro, as crianças passaram a se disfarçar para fugir do vilão. A estrutura, pouco alterada, continua na história que se repete.

O personagem de Neil Patrick Harris, Conde Olaf, segue num tom inconsistente: entre momentos de extrema estupidez e tolice e cenas de profunda maldade. O vilão é pouco crível e só se salva pelo fato de nesta temporada ter ganhado reforços da divertida Esmé Squalor (Lucy Punch). A química ruim do casal rende cenas engraçadas e é um dos pontos altos dos novos episódios. Aliás, toda a trupe dos malvados seguidores de Olaf é mais interessante que ele.

Se alguma conclusão pode ser tirada a respeito da interpretação de Harris, é que a presença dele no elenco não obriga a série a se tornar um musical. As cantorias, desnecessárias, só arrastam ainda mais a história problemática. Com efeitos especiais antiquados e cenas em chroma key evidente, é difícil até mesmo afirmar que a série vai envelhecer mal. Muito provavelmente será esquecida, bem como o filme homônimo e igualmente fraco estrelado por Jim Carrey em 2004.

Avaliação: Ruim

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