De indie a blockbuster: conheça Jon Favreau, diretor de O Rei Leão
Nome importante do cinema independente nos anos 1990, ator, produtor e diretor hoje assina grandes produções da Disney
atualizado
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Diretor do novo O Rei Leão, Jon Favreau tem uma das carreiras mais bem-sucedidas comercialmente em Hollywood nas últimas duas décadas. Hoje, ele acumula funções múltiplas como um dos nomes fortes por trás da hegemonia da Disney na indústria de entretenimento.
Além da saga de simba, comandou o live-action Mogli: O Menino Lobo (2016), quinta maior bilheteria (US$ 966 milhões) daquele ano, e assina a inédita série The Mandalorian, do universo Star Wars. A produção vem sendo formatada como um dos principais atrativos da Disney+, serviço de streaming cujo lançamento acontece em 12 de novembro.
Do independente ao mainstream
Perto de completar 53 anos, em outubro, Favreau também é habitué do Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Dirigiu Homem de Ferro (2008), filme que deu o start da franquia e consolidou o resgate de Robert Downey Jr., no papel de Tony Stark, como estrela de Hollywood. Comandou também a sequência, Homem de Ferro (2010), lembrada hoje como um dos pontos baixos do MCU.
De quebra, introduziu nas aventuras da Marvel o personagem Happy Hogan, espécie de assessor de Stark e coadjuvante megacarismático da saga. Na fase pós-Vingadores: Ultimato (2019), a partir de Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), ele vira assistente de Tony Parker (Tom Holland), protégé do bilionário e agora um dos líderes da equipe de super-heróis.
Como muitos na indústria de cinema norte-americana, Favreau começou no cinema indie. Após enfileirar pontas em diversas produções, como na série Seinfeld, conheceu Vince Vaughn no set de Rudy (1993). Os dois amigos despontariam em Swingers: Curtindo a Noite (1996).
Também roteirista da comédia, sob direção de Doug Liman (A Identidade Bourne, No Limite do Amanhã), Favreau interpretou um ator frustrado que acaba de tomar um fora da namorada. Ele consegue se reencontrar em Los Angeles, a cidade dos sonhos, através de um amigo descoladão (Vaughn).
Hit independente, Swingers impulsionou imediatamente as carreiras de Favreau e Vaughn. Vaughn, antes associado a comédias como Penetras Bons de Bico (2005) e Separados pelo Casamento (2006), hoje tem se mostrado ousado em suas escolhas recentes – atuou nos violentíssimos (e belos) Dragged Across Concrete (2018) e Confronto no Pavilhão 99 (2017), do cultuado diretor S. Craig Zahler. Favreau, aos poucos, abraçou o mainstream e por vezes toca projetos paralelos e autorais.
Ainda nos anos 1990, Favreau fez o impagável Pete Becker na série Friends: um ricaço que tenta se tornar lutador do UFC e ganhar o coração de Monica (Courteney Cox). Na década seguinte, decide dirigir seus próprios projetos. Trouxe Vaughn para Crime Desorganizado (2001) e comandou Will Ferrell na comédia natalina Um Duende em Nova York (2003).
No cenário de blockbusters, Favreau também acumulou alguns fracassos. Seu primeiro filme de grande orçamento, Zathura: Uma Aventura Espacial (2005), adaptou livro de Chris Van Allsburg, autor de Jumanji. Atraiu elogios, mas patinou nas bilheterias. Após a má recepção a Homem de Ferro 2, fez Cowboys & Aliens (2011), infeliz versão cinematográfica de graphic novel. Outro flop.
Como costuma acontecer na indústria, ele fez as pazes com a criatividade ao se voltar a projetos pessoais. Antes dos efeitos visuais impactantes de Mogli e O Rei Leão, dirigido em ambiente de realidade virtual, como num videogame, fez Chef (2014). Assina, roteiriza e estrela no papel de um cozinheiro premiado que larga o restaurante chique onde trabalhava para abrir um food truck.
O longa retornou arrecadação de US$ 46 milhões frente a um orçamento de US$ 11 milhões. Favreau ainda colhe os frutos do filme: em junho, estreou na Netflix a série The Chef Show, na qual divide receitas e conversas jogadas fora com amigos – entre eles os colegas Vingadores Tom Holland e Robert Downey Jr.