Crítica: 5ª temporada de Bojack Horseman é a melhor sequência da série
A experimentação criativa ao longo dos episódios trouxeram um impacto muito maior no devastador 11º capítulo
atualizado
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Bojack Horseman, uma das séries animadas da Netflix, sempre recebeu elogios pelo roteiro sensível e dedicados a diferentes temas, como transtornos mentais e relacionamentos. No entanto, na quinta temporada, os criadores se sobressaíram. Em uma sequência de 12 episódios, o criador Raphael Bob-Waksberg e os roteiristas Kate Purdy e Joanna Calo conseguiram trazer nova profundidade a todos os personagens.
Esta temporada é onde o show Philbert, homônimo ao bebê não-existente de Princess Carolyn (Amy Sedaris), começa a produção e é lançado. O protagonista do programa fictício representa todas as piores partes de Bojack (Will Arnett) – nos diálogos, por exemplo, explicitam críticas ao próprio desenho e a outras produções do gênero “homem (ou cavalo) problemático).
Há discussões em que as críticas de Diane Nguyen (Alison Brie) ao detetive Philbert parecem ser escritas por Bojack em parceria com Rick Sanchez, de Rick and Morty.
Diane critica o estereótipo de protagonistas masculinos problemáticos, pois, a partir do momento que a audiência masculina assiste ao show e se identifica com esses personagens, eles começam a aceitar a própria conduta problemática. Além disso, o seriado ainda faz referência ao movimento #MeToo, quando um robô sexual construído por Todd (Aaron Paul) chamado Henry Fondle (Henry Carícia em português) move-se rapidamente até o topo de uma companhia.
Alguns dos melhores episódios são os mais experimentais: a exemplo do sexto episódio, Churro Grátis, e o 11º, Sucesso Estrondoso.
Churro Grátis é o episódio mais experimental da série, no formato de um longo monólogo feito por Bojack no funeral de sua mãe. O capítulo mantém o dinamismo apenas com dois ângulos de “câmera”, sem flashbacks para ilustrar as histórias do discurso póstumo.
Em Sucesso Estrondoso, a realidade e a ficção se mesclam enquanto Bojack filma a segunda temporada de Philbert. A psique de o protagonista é novamente explorada enquanto ele cai profundamente em seu alcoolismo e vício por opioides.
Caracteristicamente, o penúltimo episódio de todas as temporadas de Bojack sempre é o mais devastador. São os que moldam a história em geral e sempre os mais difíceis de assistir. Nas temporadas passadas, esses capítulos incluíram a morte de Sarah Lynn (Kristen Schaal), a fuga de Bojack ao Novo México e um Viagem no Tempo.
Na quinta temporada, Bojack se torna violento contra sua co-estrela, Gina, ao enforcá-la em uma cena. Porém, como em todos os season finales, esta terminou com um pouco de esperança: Diane leva Bojack a um centro de reabilitação.
Avaliação: Ótimo