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Cinco filmes que viram pelo avesso o espírito natalino

Alcoolismo, terrorismo, tráfico de drogas, monstrinhos e a compra e venda de ações povoam esta lista para quem quiser evitar o tradicional

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Bad Santa
1 de 1 Bad Santa - Foto: Divulgação

Para quem está cansado daquela rotina natalina de assistir aos velhos clássicos de Natal nesta temporada de festas, indicamos cinco filmes completamente desprovidos de caretices, sentimentalismo barato e famílias harmoniosas. Para compor a lista, dividimos os filmes por temas:

Redenção: “Papai Noel às Avessas”
Poucos imaginam Papai Noel ideal como um misantropo alcoólatra que prefere arrombar cofres a ouvir os pedidos da criançada. Pois assim é Willie (Billy Bob Thornton), criminoso permanentemente de ressaca que vira Papai Noel de shopping para se esconder nas lojas e à noite esvaziar os cofres com ajuda de seu “duende” Marcus (Tony Cox). Infelizmente, Willie se envolve com um jovem vítima de bullying e sem qualquer estrutura familiar em casa e decide ensiná-lo a se virar. Willie e a nova namorada (uma stripper) se mudam pra casa do rapaz e começam a virar tudo de ponta-cabeça.

  • Não deixe as piadas grosseiras e escatológicas lhe despistarem, “Papai Noel às Avessas” é o melhor filme natalino dos últimos 20 anos, ao mostrar a transformação de um marginal em um bom velhinho. Embora seja improvável replicar essa mistura iconoclasta, o filme ganhou uma sequência em 2016, 13 anos após o lançamento do original.

Família: “Máquina Mortífera”
Shane Black é roteirista desde os anos 1980 e sempre privilegia uma mesma época em todos os seus trabalhos: a do bom velhinho. Apesar de começar com um suicídio e um tiroteio numa venda de árvores de Natal, e envolver ainda tráfico de drogas e uma gangue de veteranos da guerra do Vietnã, a moral natalina está focada na máquina mortífera do título, o detetive Martin Riggs (Mel Gibson), ex-soldado treinado para matar. Deprimido e suicida, Riggs é obrigado a trabalhar com Roger Murtaugh (Danny Glover), prestes a se aposentar. Enquanto Riggs está sozinho na vida (sua esposa morreu num acidente de trânsito, Murtaugh é casado e tem quatro filhos.

  • No final das contas não é o trabalho, ou mesmo a solução do caso, que resgata Riggs de sua depressão, mas sim o fato da família Murtaugh tê-lo “adotado” como um deles. Homens durões também choram.

A Festa da Firma: “Duro de Matar”
O mais citado em qualquer lista de filmes natalinos “não convencionais”, “Duro de Matar” dispensa apresentação. John McClane (Bruce Willis), detetive de Nova York, chega a Los Angeles para participar da confraternização de Natal da firma da esposa, de quem está se separando. Os planos para reatarem o amor são interrompidos por um grupo de terroristas eurotrash que tomam o edifício Nakatomi Plaza e fazem todos os empregados reféns.

  • O melhor filme de ação do cinema mistura muitas coisas, entre elas os terroristas europeus, a multinacional japonesa e o detetive americano. Apesar de desfrutar pouco das metáforas natalinas, o filme usa mais sua ambientação para momentos de humor, como a clássica fala “Ho-Ho-Ho agora tenho uma metralhadora”.

Fraternidade: “Trocando as Bolas”
Nada mais natalino do que dar uma chance de ouro para um estranho, certo? Pois uma aposta filosófica de dois bilionários é o que leva o almofadinha Louis Winthorpe III (Dan Aykroyd) a trocar de vida com o vigarista Billy Ray Valentine (Eddie Murphy) às vésperas do Natal. Contrastando esses dois tipos completamente diferentes, os ricaços fazem Winthorpe perder o emprego, os amigos e o lar e proporcionam as mesmas coisas a Valentine. O espírito natalino prevalece e as duas cobaias acabam se juntando (após um número alto de enganos, trapalhadas e agressões) para se vingarem de seus atormentadores.

  • Junto com o almofadinha que tem uma mudança de valores e o vigarista que se mostra mais sensível do que aparenta, ainda contamos com uma prostituta com o coração de ouro. Uma ceia quase completa.

Presentes: “Gremlins”
Finalmente temos o filme mais idiossincrático da lista, um que foca não na parábola do renascimento ou da redenção, mas sim nos presentes (neste caso, malévolos). Quando Billy Peltzer (Zach Gilligan) recebe um pequeno Mogwai como presente de Natal, ele é informado de três regras: nunca expor a criatura à luz forte, nunca deixá-lo encostar em água e nunca alimentá-lo após a meia-noite. É claro que tudo dá errado. O nome Gremlins é a melhor pista para a metáfora central do filme. Logo no início o mecânico Murray (Dick Miller) critica o carro defeituoso de Billy por causa dos “gremlins” no motor.

  • Em 1984, quando a indústria automobilística americana foi inundada pelos concorrentes japoneses, os pequenos monstrinhos verdes simbolizam a ameaça dos estrangeiros no mercado americano. Além disso vale notar que Billy trabalha num banco cheio de clientes rabugentos e colegas traíras, em clara referência à obras como “Um Conto Natalino” e “A Felicidade não se Compra”.

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