Chef’s Table: quarta temporada se dedica ao delicioso mundo dos doces
A atual sequência conta a história de confeiteiros das mais diferentes vertentes
atualizado
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A nova temporada do poético Chef’s Table aborda o campo mais científico da cozinha: a confeitaria. A área mais precisa de todos os preparos é personificada em quatro personagens que possuem visões completamente diferentes dessa arte. O programa continua seguindo a mesma linha dos outros anos: cada confeiteiro ganha homenagem, enquanto sua história, visão e trajetória são exibidas.
A nostálgica
Após errar um preparo, Tosi criou uma de suas maiores invenções: a crack pie. Depois, começou a buscar sabores de sua infância e teve a epifania de elaborar o “leite de Sucrilhos”: o líquido ganha infusão de cereais matinais. O ingrediente, então, é utilizado no preparo de sorvetes, panna cottas e vários outros doces.
O guardião do terroir
O italiano Corrado Assenza cresceu em Notro e, durante anos, trabalhou no icônico Caffè Sicilia, onde aprendeu suas principais técnicas. Após a morte do proprietário, Assenza assumiu a casa e continuou a tradição, mas percebeu que os ingredientes tradicionais da Sicília estavam ficando escassos.
Assenza, então, começou a visitar as fazendas de amêndoas e de outros produtos naturais da região, acabando por apoiar cooperativas de valorização do Terroir. Em paralelo, criou misturas maravilhosas e pouco tradicionais, como ostras frescas com granita de amêndoas – uma de suas especialidades. Atualmente, o cozinheiro toca o Caffè ao lado do filho Francesco. Embora tão talentoso quanto o progenitor, o jovem segue à sombra do pai.
O inventor
El Celler de can Roca é um três estrelas Michelin conhecido internacionalmente. O restaurante é administrado pelos três irmãos Roca: Joan, Josep e Jordi.
Joan e Josep são mais velhos e comandaram a casa por anos. O primeiro tocava a cozinha e o segundo ocupava-se do salão e dos vinhos. O caçula, pouco dedicado ao negócio familiar, foi aprender confeitaria com o britânico Damian Allsop.
O Roca, após muitas broncas e gritos, apaixonou-se pelo mundo dos doces. Alisop se acidentou e precisou ficar afastado, fazendo com que, aterrorizado, Jordi assumisse a confeitaria do restaurante. Meio de supetão, ele começou na carreira e, em pouco tempo, ganhou prêmios e passou a se arriscar: utilizando, por exemplo, tabaco e terra em seus pretos.
Atualmente, Jordi tem a voz completamente comprometida por sequelas de uma laringite. “Quando não se pode falar, ao menos se escuta mais”, diz.
Em busca do produto fresco
Will Goldfarb foi chef confeiteiro em Nova York, onde chegou a fazer sucesso com vários pratos inusitados e sobremesas temáticas. Porém, o especialista não conseguiu lidar com a fama, perdeu espaço e acumulou fracassos de crítica e desmoralização pública.
Desiludido, então, resolveu se mudar para a Indonésia – e por lá ficou. No país, encontrou produtos completamente frescos para a confeitaria: chocolate, açúcar, sal e farinha. Impressionou-se ao notar que utilizava muitos insumos industrializados. Apesar de ser interessante a história, o episódio não cativa tanto, visto que a edição é muito confusa, cheia de idas e vindas entre o passado e o presente de Will.
Por fim, é bom pontuar que a série continua interessante. Os primeiros episódios emocionam por conta do romantismo dos personagens em relação à gastronomia. Jordi Roca impressiona por sua abordagem espontânea e Goldfarb possui uma história atraente.
Avaliação: Ótimo