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Cara Gente Branca: 3ª temporada tem grandes ideias e fraca execução

Em seus novos episódios, a série parece tão perdida quanto os personagens, mas permanece como uma das mais interessantes da Netflix

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Cara Gente Branca
1 de 1 Cara Gente Branca - Foto: Lara Solanki/Netflix

Cara Gente Branca começou logo com um afronte. Somente pelo nome, muitas pessoas se recusaram a assistir à série da Netflix. No entanto, embora pareça ser um show enviesado e com cara SJW (social justice warrior, em inglês), o programa se mostrou flexível e inteligente ao longo de suas duas primeiras temporadas.

Na terceira, como tem acontecido na maioria das séries da plataforma, a trama parece ter se desencontrado. Para quem não conhece, a história é passada na fictícia Universidade de Winchester, onde tensões raciais permeiam o campus. No centro disso tudo está Sam White (Logan Browning), que é locutora de um programa de rádio chamado Cara Gente Branca. Agora, no entanto, Sam está tão perdida quanto o show.

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Embora a sociedade secreta tenha sido uma grande parte da última temporada, desta vez ela não é tão explorada
Os personagens estão mais interessados em se desenvolverem como indivíduos desta vez
Sam ainda procura sua voz como diretora
Joelle e Reggie (Marque Richardson) continuam juntos, porém perdidos
A única relação que não tem perigo de término durante a temporada é a de Sam e Gabe (John Patrick Amedori)
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Uma das partes mais interessantes da série vem de um artigo publicado que explora como a vida na universidade seria se as pessoas brancas fossem minoria nos Estados Unidos

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Embora a sociedade secreta tenha sido uma grande parte da última temporada, desta vez ela não é tão explorada

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Os personagens estão mais interessados em se desenvolverem como indivíduos desta vez

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Sam ainda procura sua voz como diretora

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Joelle e Reggie (Marque Richardson) continuam juntos, porém perdidos

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A única relação que não tem perigo de término durante a temporada é a de Sam e Gabe (John Patrick Amedori)

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Em sua busca pelo tema ideal para sua tese, Sam lida com Cynthia Fray (Laverne Cox), sua diretora favorita, e rapidamente aprende que não devemos conhecer nossos ídolos

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Personagens sem evolução

Ela passa a maior parte da temporada assim como o resto do grupo de estudantes que conhecemos dois volumes atrás: sem paixão pelo ativismo e sem saber para onde ir ou o que fazer. Supostamente, os personagens estão no seu terceiro (e penúltimo) ano da faculdade. Este seria o momento para descobrir onde gostariam de ir e quem gostariam de ser após a formatura.

A série trata este sentimento de confusão de maneira não memorável, parecendo uma compilação de cenas onde Lionel (DeRon Horton) se instala na comunidade LGBT do campus, Troy (Brandon P. Bell) encontra sua voz como escritor e editor de uma revista, Coco (Antoinette Robertson) segue seus sonhos e Joelle (Ashley Blaine Featherson) descobre que não quer ser locutora.

Para uma série que começou com temas sérios e momentos engraçados, ter uma temporada que foca mais no humor e menos em temas sérios acaba sendo conflitante de uma maneira negativa. Os novos episódios parecem não fazer sentido – sobretudo o tratamento da sociedade secreta, apresentada no final do volume 2. Logo quando o volume 3 começa, esse grupo é descartado por Sam e Lionel. Eles voltam a se interessar pelo assunto no final.

Por conta do descarte inicial, a história desta sociedade acaba perdendo valor e interesse. Pois agora parece que os produtores e escritores a usam como “carta” para tentar manter o interesse da audiência o bastante até a próxima temporada.

Não é à toa que as primeiras duas temporadas tenham recebido notas maiores da crítica do que a terceira. De qualquer maneira, não é frustrante o suficiente para indicar o fim do programa. Cara Gente Branca, apesar de ter se perdido por alguns episódios, ainda é um dos seriados mais divertidos e inteligentes da Netflix. Sem contar que a trilha sonora também continua sendo uma das melhores.

Outro destaque é o último episódio, no qual a série explora uma situação hipotética onde as pessoas brancas são minoria nos Estados Unidos e o novo presidente é Flavor Flav. Por fim, o “guia” de Lionel, D’Unte (Griffin Matthews), rouba o show por saber quem é (ou parecer ter algum norte) em meio a tantos jovens perdidos.

Avaliação: Regular

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