“Amor & Sexo” é o que há de mais moderno na TV aberta brasileira
O programa deixou de ser um game show insosso para se tornar fórum de discussão sobre a sexualidade
atualizado
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O “Amor & Sexo” é a modernidade que faltava na repetitiva programação da TV aberta. Inventividade e criatividade são ofertadas por Fernanda Lima para discutir temas que interessam a todos: homens, mulheres, héteros, gays e transsexuais.
A pauta do programa é contemporânea. O machismo, por exemplo, foi debatido a partir de uma lógica bem menos óbvia. Fernanda Lima e José Loreto mostraram que a frase “homem não chora” causa prejuízos à formação emocional masculina.
A diversidade do programa aparece de forma tão sutil que, às vezes, não é percebida. É o caso da drag Pabllo Vittar, a vocalista da banda do programa. A artista, dona de um dos hits do carnaval 2017, arrasa no palco da atração, sempre chamando a atenção para a cena LGBT.E o que falar de todo o debate sobre a nudez masculina? É quase freudiano. Pode ter seios e vaginas, mas pênis na TV é demais. Por quê? Não à toa um homem pelado apareceu e bombou.
Tudo isso torna o “Amor & Sexo” uma das atrações mais prazerosas de televisão. Não sei, sinceramente, se os méritos são da Fernanda Lima ou da produção, porém, ao longo de dez temporadas, o programa passou de um game show insosso para um fórum de discussões sobre a sexualidade.
Pra quem perdeu o nude ao vivo no #AmorESexo pic.twitter.com/FLX9iwZBMI
— ♡ Lucas ♡ (@LucasBeidak) February 10, 2017
“Amor & Sexo” cai como uma luva em um momento de intolerância crescente no mundo. Reflete temas da diversidade no país que mais mata transexuais no mundo e no qual uma mulher é violentada a cada 11 minutos.
Ainda bem que, em algum momento de 2016, a Globo decidiu que cancelar o “Amor & sexo” seria um erro. Ufa! A gente agradece.