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Altered Carbon: novo sci fi da Netflix debate imortalidade e riqueza

O seriado, que estreia nesta sexta-feira (2/2), é a grande aposta do canal de streaming neste começo de ano

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Altered Carbon
1 de 1 Altered Carbon - Foto: Netflix/Divulgação

A ideia de imortalidade é uma perseguição humana, seja na ciência ou na religião. Altered Carbon, produção da Netflix que estreia nesta sexta-feira (2/2), se passa em um futuro no qual morrer será uma mera inconveniência (para alguns). Toda a consciência ficará armazenada num cartão de memória capaz de ser conectado a um corpo sadio, impedindo o derradeiro fim.

Altered Carbon começa com o ressurgimento de Takeshi Kovacs, um soldado que lutava contra o suposto mercado de “capas” (carinhoso nome do corpo humano nesse novo universo). Movidos por crenças políticas, o grupo conhecido como Enviados enfrentava os Matusas – abreviação da figura bíblica de Matusalém, que teria vivido 969 anos.

Takeshi foi preso e volta 250 anos depois, a mando do empresário Laurens Bancroft. O bilionário quer desvendar o próprio assassinato. O enviado, então, precisa trabalhar para ajudar um Matusa, enfrentando crenças e ideologias.

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O ex-enviado Takeshi Kovacs precisa lutar contra tudo o que combatia no passado
Diversidade racial e étnica: um discreto (e importante) detalhe em Altered Carbon
Joel Kinnaman tem boa atuação e apaga a impressão negativa de Esquadrão Suicída
Takeshi Kovacs (aqui vivido por Byron Mann) em seu corpo original: um guerrilheiro contra os Matusas
Takeshi e a agente hispânica Kristin Ortega (Martha Higareda)
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O seriado se passa em um futuro distópico, rodeado de miséria e muita desigualdade social

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O ex-enviado Takeshi Kovacs precisa lutar contra tudo o que combatia no passado

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Diversidade racial e étnica: um discreto (e importante) detalhe em Altered Carbon

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Joel Kinnaman tem boa atuação e apaga a impressão negativa de Esquadrão Suicída

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Takeshi Kovacs (aqui vivido por Byron Mann) em seu corpo original: um guerrilheiro contra os Matusas

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Takeshi e a agente hispânica Kristin Ortega (Martha Higareda)

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Quell (Renée Elise Goldsberry): a líder dos Enviados

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Takeshi, no corpo antigo, e a irmã, Reileen Kawahara (Dichen Lachman)

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Apesar de parecer incrível viver para sempre, Altered Carbon explora as alegrias e as tristezas da imortalidade. São nos problemas desse futuro que reside o grande mérito do seriado. Em meio à crescente desigualdade social, “reencarnar” em outro corpo é privilégio para poucos, ou melhor, somente os Matusas conseguem isso.

Ideologia e técnica
Essa realidade é tão distante? Segundo relatório da organização não governamental (ONG) Oxfam, especializada em pesquisas econômicas, apenas oito homens possuem a mesma riqueza que os 3,6 bilhões de indivíduos que compõem a metade mais pobre da humanidade. Atualmente, quem vive mais? Um brasileiro com plano de saúde ou um dependente do combalido Sistema Único de Saúde (SUS)?

É nessa luta de classes que a série se mantém. Enquanto poucos vivem no mesmo (belo, sarado e saudável) corpo, muitos não conseguem “voltar da morte”, pois não encontram “capas” decentes. A tensão social vira terreno fértil para exploração (física, sexual e mental) e estimula o surgimento de fanatismos.

Mas não é apenas na mensagem política que Altered Carbon é uma agradável surpresa. Os efeitos especiais e a pós-produção são excelentes nos 13 episódios: não tem cara de televisão, parece muito com cinema.

O seriado aposta na ficção científica para discutir nossa sociedade: aos moldes do bom Blade Runner e de Matrix. Uma pequena falha fica na obviedade do vilão. Mas vamos deixar sem spoilers…

Avaliação: Ótimo

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