6ª temporada de Orange is The New Black tem dramas e novas prisões
Produção acerta ao renovar o elenco e trazer uma dupla de vilãs incansáveis, mas repete fórmulas que deram certo em temporadas anteriores
atualizado
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Trago boas novas: Orange is The New Black voltou a ser aquela série incrível vencedora de quatro Emmys. Com um bom equilíbrio entre drama, comédia e choque de realidade, a sexta temporada renovou – e enxugou – seu elenco, trouxe duas vilãs inesquecíveis e… apostou em estruturas bem-sucedidas anteriormente para fazer os 13 novos episódios funcionarem. Deu certo.
O fim da quinta temporada não deixou muita escolha aos roteiristas. Depois da rebelião, as detentas de Litchfield foram distribuídas em diversas prisões de segurança máxima. A história, é claro, segue a protagonista Piper (Taylor Schilling) e as mulheres direcionadas à mesma detenção que ela. A nova cadeia é dividida em quatro blocos, e dois deles, C e D, são comandados por uma dupla de irmãs rivais, Carol (Henny Russell) e Barb (Mackenzie Phillips).
As duas novas vilãs lideram uma guerra de gangues dentro da prisão. A premissa já havia dado certo na segunda temporada, com a rixa entre Red (Kate Mulgrew) e Vee (Lorraine Toussaint). Ao lado de comparsas igualmente perigosas em um contexto de segurança máxima, a tensão é palpável no meio da sequência – e não nos episódios finais, como é prática recorrente dos roteiristas da Netflix.
É revigorante conhecer novas personagens e ver como as nossas personagens favoritas interagem em um ambiente consideravelmente diferente da prisão de segurança mínima. Ao mesmo tempo, concentrar-se em menos personagens (apenas 16 das detentas originais estão no elenco) rende fôlego ao desenvolvimento do roteiro. Ainda assim, a história focou-se, excessivamente, num jogo doentio de apostas dos guardas, em vez de se dedicar ao que todos queríamos ver: o desenvolvimento detalhado das investigações sobre a rebelião.
Vencedora solitária de dois dos quatro Emmys da série, a talentosa Uzo Aduba retorna a esta temporada com um nível de atuação que já faz valer assistir aos novos episódios. Mas o brilho, dessa vez, é todo de Taystee (Danielle Brooks). A personagem não desaponta em nenhum momento, mantendo-se positiva e amorosa com as amigas no tempo de maior dificuldade.
Pela crítica social necessária, o roteiro se encaminha para a conclusão mais dolorosa, injusta e real para a história da detenta. E, diferente da controversa morte de Poussey (Samira Wiley), o choque de realidade do julgamento de Taystee em contraposição com a libertação de Piper é um soco no estômago de quem acredita em meritocracia. Para se refletir, com seriedade, sobre encarceramento em massa e racismo estrutural.
Avaliação: Bom