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Nem crianças escapam ao ódio de Rollemberg, amante da terceirização

Segundo balanço do SUS, a taxa de mortalidade infantil no Distrito Federal passou de 10,3 em 2016 para 11,3 em 2017

atualizado

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SindSaúde/Divulgação
Pediatria-abandonada
1 de 1 Pediatria-abandonada - Foto: SindSaúde/Divulgação

O caos que a saúde pública vive hoje no Distrito Federal não é apenas em uma ou outra área. Adultos, idosos e crianças são vítimas do abandono do serviço público prestado pelo governador Rodrigo Rollemberg e sua equipe, nos últimos anos. O fechamento de pediatrias e a falta de atendimento na rede deixam famílias inteiras reféns.

Um balanço da Assistência à Saúde, Desempenho e Efetividade do SUS, com números de 2013 a 2017, mostrou que a taxa de mortalidade infantil (número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos) no DF passou de 10,3 em 2016 para 11,3 em 2017. A assistência na área de pediatria é totalmente deficitária. As unidades básicas de saúde passaram a atender com o médico da família, suprimindo o atendimento especializado para essa faixa etária.

Não bastasse acabar com a especialidade na atenção primária, restringem os atendimentos nas emergências. As crianças que sofrem com transtornos mentais também não têm uma unidade especializada para internação. O atendimento ambulatorial é feito no Centro de Orientação Médico psicopedagógico e em alguns CAPS. Porém, a demanda é muito maior que a oferta de vaga. Por se tratar de pessoas mais carentes, das camadas mais pobres da sociedade, o governo as ignora, relegando-as à invisibilidade no sistema.

Nesta última semana, reacendeu-se a polêmica do fechamento do Pronto Atendimento Infantil no Gama. Uma unidade que chegou a ser reinaugurada, após reforma de mais de R$ 140 mil, com compra de mobiliário novo, foi inesperadamente desmontada e transferida para um hospital geral, em Santa Maria.

Mas o real motivo para o desmonte apareceu. A Secretaria de Saúde recebeu na última semana, uma carta do escritório de advocacia que representa a empresa Intensicare, que já terceiriza a UTI do Hospital de Santa Maria, sugerindo também a terceirização da pediatria.

Num documento de 82 páginas, a empresa critica a Secretaria de Saúde por usar “suposta” determinação judicial. No caso, a decisão seria para convocar concursados, com objetivo de administrar os leitos de UTI de Santa Maria, e assim, dispensando posteriormente os serviços terceirizados.

No documento, uma menção, no mínimo, suspeita. A carta cita o problema do fechamento da Pediatria no Hospital Regional do Gama, foco de várias denúncias do SindSaúde, inclusive. A ideia que se tem não é outra senão acreditar que há um jogo de cartas marcadas para terceirizar o atendimento infantil no HRG.

Outro caso que mostra a falta de gestão do governo do DF é o do Hospital da Criança. Fruto de uma parceria entre uma ICIPE (organização social) e a SES, é o projeto mais badalado do governo. Recentemente, por causa de decisão judicial contrária, a ICIPE que administra o hospital ameaçou devolvê-lo à SES. O que se seguiu foi uma reação constrangedora onde o governador e o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, alardearam que não tinham “condições” de administrar o hospital. Incompetentes confessos!

Por que o Ministério Público se posicionou contrário à parceria vigente, assim, como os sindicatos e entidades de classe? Não restam dúvidas que o serviço prestado no Hospital da Criança é de excelência. Porém, tal qual o Sarah Kubitschek, ele não é inclusivo. Não cumpre uma das condições do SUS que é o acesso universalizado. O HC é um hospital seletivo. Os pacientes aguardam quase dois anos para conseguirem uma vaga lá. E ainda assim, para tratamento de patologias mais complexas.

O acompanhamento rotineiro como os antigos programas de “crescimento e desenvolvimento” que eram feitos nos centros de saúde? Nesse sistema, as crianças eram acompanhadas até os 12 anos com pediatras, odontólogos, nutricionistas e enfermeiros. O governo achou que não estava dando certo e acabou com esse atendimento. Quem mais sofreu com essa medida?

Espera
Enquanto isso, a Secretaria de Saúde diz que busca melhoria para o atendimento de Pediatria no DF com a contratação de médicos e outros profissionais e aquisição de insumos e medicamentos. Mas esta não é a realidade na rede.

O que vemos no dia-a-dia é a desassistência, suspensão de cirurgias eletivas e outros procedimentos, falta de materiais e insumos básicos e uma gestão perdida ou que age propositalmente para destruir o que resta do sistema.

Segundo a SES, atualmente, a rede pública conta com 526 pediatras atuando nos hospitais de Ceilândia, Asa Norte, Planaltina, Sobradinho, Taguatinga, Guará, Brazlândia, Região leste (Paranoá), Materno Infantil de Brasília, Hospital da Criança, e Unidades Básicas de Saúde.

Para o SindSaúde, o grande prejuízo da terceirização para a sociedade é a descontinuidade no atendimento. Sabendo o quanto esse governo Rollemberg é caloteiro, é questão de tempo para as prestadoras de serviço ameaçarem paralisar o atendimento e o povo ficar sem assistência. Quantas manchetes vimos sobre a interrupção no fornecimento de alimentos, de hemodiálise, de oxigênio, justamente por falta de pagamentos?

É esse o futuro que queremos para nossas crianças? Um cenário de dor, abandono e incertezas?

Temos denunciado, sistematicamente, o genocídio causado pela incompetência e pelo “apagão” dos gestores. Parafraseando o próprio governador “dinheiro tem, falta gestão!”

Salvem as nossas crianças!

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