Super Bowl 50: celebridades, playback e duas retrancas sólidas, espessas, impenetráveis
Confira a análise do Metrópoles da vitória do Denver Broncos sobre o Carolina Panthers
atualizado
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Chris Martin foi o sujeito a se movimentar com mais desenvoltura sobre o gramado do Levi’s Stadium. Exuberante e saltitante, o vocalista do Coldplay estava tão a fim de jogo que forçou amizade com Beyoncé e Bruno Mars, tentando acompanhar os passos de seus dançarinos de rhythm’n’blues.
Para o Super Bowl 50, a banda inglesa e seus “convidados especiais” emprestaram graça, cor e um pouco de playback àquilo que Galvão Bueno chama de “show do intervalo” mesmo em ocasiões menos badaladas.Santa Clara, cidade da Califórnia devidamente batizada com o nome da padroeira da televisão, recebeu neste domingo O Maior Evento Esportivo do Mundo. Cinco mil dólares custava, em média, o tíquete de admissão para o Levi’s Stadium. Espalhadas pela arena, 70 câmeras levavam o espetáculo aos demais cidadãos do planeta.
Uma festa gigante por si mesma, tipo o Oscar, e que aceita eventualmente a presença de algumas celebridades, como que para confirmar para si mesma seu gigantismo e sua transcendência. Tipo Lady Gaga cantando o Hino Nacional e Gisele Bündchen acompanhando o marido.
Tinha também o Denver Broncos e o Carolina Panthers.
Duelo de gerações
Pedi para o João Marcondes, um brother mais afeito à NFL e aos personagens deste Super Bowl 50, que ele tivesse a fineza de passar ao “Tiro de Meta” um briefing sobre a grande partida.
(Sim, o Marcondes é são-paulino e curte “South Park”)
Duelo de capacetes
Quando a bola rolou, Denver Broncos e Carolina Panthers promoveram uma sólida, espessa e impenetrável exibição de futebol americano.
Logo de saída, os Panthers venceram o cara ou coroa e o capitão Willie Mitchell escolheu começar se defendendo. Não parece ter sido a melhor decisão. Já na primeiríssima campanha, os Broncos chutaram para fazer 3 x 0. Ainda no primeiro quarto, abriram 10 x 0. Uma vantagem que se mostraria larga o suficiente para virar as expectativas e os prognósticos que eu tinha ouvido por aí.
Sob uma pressão inédita na temporada, os Panthers começaram a sucumbir ante o catenaccio dos Broncos. Sob a constante iminência de levar uma bordoada a cada vez que recebia a bola, Cam Newton mandava tijolaços que os amigos lá longe não seguravam. Quando tentava prender a pelota e partir ele mesmo para uma corridinha marota, Cam era abalroado sem piedade rumo ao chão.
No momento mais emoção da noite, o audaz e um tanto irresponsável Jonathan Stewart faz touchdown voando por cima da rapaziada dos Broncos, que montara uma barreira humana a um palmo da end zone. Foi nesse momento, um breve momento durante a segunda etapa, que os Panthers ameaçaram dar uma patada e virar ao contrário aquela escaramuça. Mas, na real, os camaradas meio que perderam o controle e, acumulando punições por faltas técnicas e pessoais, cederam campo para que os Broncos respirassem. Ao final, o placar de 24 x 10 me pareceu salutar e justo.
E todas as pompas para Von Miller, o líder da retaguarda dos Broncos, e também para o quarterback popstar Peyton Manning, que conquistava ali seu segundo caneco. O primeiro, ele tinha ganho com os Indianapolis Colts em 2007. Ao longo da carreira, Peytão por cinco vezes foi eleito o MVP da temporada.
Desta vez, não tinha sido ele o Mais Mais da temporada 2016, mas o futebol americano – começo a desconfiar – é uma caixinha de surpresas.