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Chega de preconceito! Cinco expressões capacitistas para não falar mais

Recentemente, youtuber viralizou ao mostrar as expressões preconceituosas presentes no vocabulário brasileiro

atualizado

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Mulher com blusa amarela em cadeira de rodas
1 de 1 Mulher com blusa amarela em cadeira de rodas - Foto: Pexels/Reprodução

Mais de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número equivale à quase 25% da população do país, o que, no entanto, não impede que essas pessoas sejam alvo de discriminação. Esse preconceito é definido como capacitismo, termo recente na língua brasileira que se refere à ações e expressões que os inferiorizam.

De acordo com o assistente social especialista em educação inclusiva José Roberto Fonseca, as expressões capacitistas colocam a pessoa com deficiência na posição de incapaz de ter ou conquistar feitos por conta de suas condições. “Conseguir sucesso com deficiência é tido como superação, mas é algo normal. Ter deficiência não minimiza ninguém”, salienta.

“As pessoas só entendem que ter deficiência não incapacita ninguém quando convivem com um deficiente e o tratam sem restrições. A inclusão passa a ser natural nos espaços deixa de ser uma obrigação”, afirma José, que é cadeirante.

A youtuber Mariana Torquato discute o assunto desde 2016 em seu canal na plataforma de vídeos, o Vai Uma Mãozinha Aí?. Recentemente, ela viralizou no Instagram com um Reels em que mostra as expressões preconceituosas presentes no vocabulário brasileiro.

“É uma questão de cultura, de falar algo sem pensar. O problema é que reforça a imagem da pessoa com deficiência como incapaz e sem valor, como se essas pessoas utilizassem disso para se fazerem de ‘coitadinhas’”, afirma.

Mariana explica que as pessoas que usam essas expressões não precisam se sentir culpadas, mas devem se entender como parte do problema e da solução.

“São uma pequena superfície do capacitismo. Ainda temos muito o que evoluir. Desde 2004, a forma certa para se referir é pessoa com deficiência e muitas ainda não sabem, então, é claro, as pessoas vão utilizar expressões capacitistas sem perceber. A partir do momento em que elas percebem, seria muito importante deixar de falar”, completa.

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O número ainda é baixo já que a Lei Federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991, estabelece que toda empresa com 100 ou mais empregados deve preencher entre 2% e 5% do quadro
Mariana Torquato atua na internet desde 2016
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O número ainda é baixo já que a Lei Federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991, estabelece que toda empresa com 100 ou mais empregados deve preencher entre 2% e 5% do quadro

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Mariana Torquato atua na internet desde 2016

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Neste domingo (11/10), é celebrado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Física (PCD). O Metrópoles selecionou, a partir do vídeo de Mariana, expressões capacitistas para retirar do vocabulário.

Confira:

“João sem braço”, “A desculpa do aleijado é a muleta”, “Que mancada”, “Não tenho perna/braço para isso”

Apesar de estarem enraizadas ao português, essas expressões são ofensivas a pessoas com deficiência.

“Você faz o que muita gente não faz”

Cada pessoa com deficiência realiza as atividades com o método que lhe convém, logo, não há razões para comparações. Além disso, José explica que efetuar atividades cotidianas não a coloca como exemplo de superação.

“Deus sabe o que faz” ou “Vou orar por você”

Ter deficiência não impede que as pessoas vivam a vida. “Não é um castigo ou motivo de admiração, é algo natural”, afirma José.

“Ele é seu irmão?”

Diferente do imaginário da sociedade, pessoas com deficiência também namoram e mantêm relações sexuais. Presumir que o companheiro ao lado é um familiar é um dos exemplos de ações capacitistas, assim como o glorificar pelo ato de namorar a pessoa com deficiência.

“Muito linda pra ser deficiente”

Qualificar pessoas com deficiência conforme padrões de beleza pessoais também é uma forma de preconceito.

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