Bolsonaro diz que está na hora de o Brasil “voltar a sorrir e fazer piada”

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (28/1) que está na hora de o Brasil “voltar a viver”, “voltar a sorrir” e “fazer piada”. Em sua live semanal nas redes sociais, ele defendeu a volta das torcidas aos estádios de futebol, mesmo que não ocupem a capacidade total de cada arena.

Nesta semana, o Brasil superou a marca dos 220 mil mortos pela Covid-19 e ainda não há imunizantes suficientes para toda a população.

Na live, Bolsonaro classificou o trabalho do Ministério da Saúde como “criterioso” e minimizou a falta de vacinas no país. “O mundo sofre com a falta de vacinas”, alegou o presidente.

“Desculpem as brincadeiras aqui. Nós temos que voltar a viver, pessoal. Sorrir, fazer piada, brincar, voltar aos estádios de futebol o mais cedo possível, que seja com uma quantidade menor, 20%, 30% da capacidade do estádio, temos que voltar a viver. Cuidar dos mais idosos, quem tem comorbidade, as vacinas estão vindo aí”, defendeu.

“Eu sempre disse, Tarcísio (ministro da Infaestrutura): passou pela Anvisa, a gente compra, não interessa de onde veio. O mundo tá com falta de vacina. Eu não sei o certo aqui, mas o Brasil tá em 5º lugar levando-se em conta os últimos 8 dias, é o 5º que mais vacina”, disse o presidente, sem apresentar a origem dos dados.

“Então estamos atendendo através do trabalho criterioso do Ministério da Saúde, tendo à frente o nosso prezado Eduardo Pazuello, general de divisão do Exército, de Intendência, né?”, destacou o presidente.

Limite de endividamento

O presidente voltou a dizer que a capacidade de endividamento do Brasil “chegou ao limite”, ao comentar sobre a possibilidade de retomar o pagamento do auxílio emergencial.

“Ficamos cinco meses com R$ 600 e, depois, quatro meses com R$ 300. Lamento… pessoal quer que continue, vai quebrar o Brasil. Vem inflação, descontrole da economia, vem um desastre atrás disso aí, todo mundo vai pagar caríssimo e temos que trabalhar”, afirmou.

Bolsonaro ainda argumentou que uma possível continuidade do auxílio emergencial poderia fazer com que muitas categorias parassem de trabalhar, citando caminhoneiros e trabalhadores do campo.

“Vai faltar mantimentos. E faltar mantimentos… qual a consequência? Fome e inflação, caos social, problemas. Temos que voltar a trabalhar, pessoal”, insistiu.

O presidente disse ainda que a pandemia não é um problema do qual o país ficará livre. “Porque esse problema da Covid, pessoal, vai ficar a vida toda. Lamentamos aí o que acontece no Brasil e no mundo, mortes, mas vamos ter que aprender a conviver com isso aí e nada melhor que termos nossa própria vacina”, ressaltou.