Acusada de apropriação cultural, Kim Kardashian decide rebatizar marca
Após apelo do prefeito de Kyoto, empresária abandona o nome Kimono Shapewear, nome de sua linha de peças modeladoras
atualizado
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Na semana passada, Kim Kardashian surpreendeu seus seguidores com o anúncio de sua nova linha de roupas modeladoras, chamada Kimono Shapewear. O compilado chegou ao mercado como solução para a carência de tons e modelagens no segmento, mas o título da etiqueta transformou a proposta da empresária em um alvoroço em escala mundial.
Após anunciar a novidade em sua conta do Twitter, usuários da rede começaram a acusar a americana de se apropriar da cultura oriental ao utilizar o nome do tradicional traje para batizar a label. Rapidamente, a hashtag #KimOhNo ganhou força e uma petição on-line foi criada para pressionar a magnata da beleza a renomear o projeto.
Vem saber no que deu esse bafão!
De início, Kardashian se esquivou do problema, afirmando que tem um “profundo respeito pelo significado do quimono na cultura japonesa” e que sua marca foi “construída com inclusão e diversidade”. Contudo, após o prefeito de Kyoto, Daisaku Kadokawa, criticar a atitude da socialite, ela resolveu voltar atrás.
No último domingo (30/06/2019), após milhares de acusações tomarem a internet, o político escreveu uma carta aberta à Kim. No texto, postado no Facebook e enviado via carta à empresária, o governante, que usa o traje típico em todos os compromissos oficiais e trabalha para registrar a cultura do quimono na lista de patrimônios imateriais da Unesco, disse:
“O quimono é uma vestimenta étnica tradicional fomentada em nossa rica natureza e história, com os incansáveis esforços e estudos de nossos predecessores, e é uma cultura que tem sido valorizada e transmitida com cuidado em nossa vida. Além disso, é um fruto de nosso artesanato e simboliza o senso de beleza e valores do povo japonês. Dessa forma, pensamos que o nome “kimono” não deve ser monopolizado, mas compartilhado com toda a humanidade”, escreveu no Facebook.
Após o apelo do prefeito, que convidou Kardashian para visitar sua cidade e entender melhor a importância do traje, a esposa de Kanye West finalmente cedeu aos protestos.
“Eu estou sempre ouvindo, aprendendo e crescendo. Eu agradeço a paixão e as diversas perspectivas que as pessoas trazem para mim. Quando anunciei o nome da minha linha de shapewear, fiz isso com as melhores intenções. Minhas marcas e produtos são construídos com inclusão e diversidade em sua essência e, após uma cuidadosa reflexão, lançarei a coleção sob um novo nome. Obrigado pela sua compreensão e apoio sempre”, escreveu no Twitter sem dar mais detalhes.
Yuka Ohishi, uma cinegrafista de San Francisco que ajudou a espalhar a hashtag #KimOhNo, falou ao jornal The Guardian que não esperava que a senhora West cedesse à pressão. “Dado o passado dela, eu tinha pouca esperança de que ela reconsiderasse o nome da marca. Estou incomodado que não houve desculpas, mas acho que este ainda é um dos melhores resultados possíveis dentro da situação”, afirmou.
Para o futuro, Ohishi disse que espera que celebridades e marcas façam suas pesquisas para entender o significado cultural de objetos. “Diversidade e representação são coisas muito diferentes de apropriação cultural, e essa será uma conversa contínua para todos nós”, enfatizou.
Com lançamento previsto para o mês de julho, Kardashian deve surgir com um novo nome em breve. Anteriormente, Kanye West havia criado a logo da Kimono Shapewear. Será que o cantor também vai dedicar seus talentos de designer ao novo título? Esperemos os próximos capítulos!
Colaborou Danillo Costa