A contabilidade de Neymar Jr e os riscos do drible
Acompanhar Neymar Jr dentro das quatro linhas nunca foi fácil. Agora está ficando difícil de acompanhá-lo fora de campo também. As movimentações financeiras em torno do jogador, naquele momento em que saiu do Santos e chegou ao Barcelona, em 2013, têm sofrido uma devassa nos dois lados do Atlântico. Após dois anos de investigações, o […]
atualizado
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Acompanhar Neymar Jr dentro das quatro linhas nunca foi fácil. Agora está ficando difícil de acompanhá-lo fora de campo também. As movimentações financeiras em torno do jogador, naquele momento em que saiu do Santos e chegou ao Barcelona, em 2013, têm sofrido uma devassa nos dois lados do Atlântico.
Após dois anos de investigações, o Ministério Público Federal chegou à conclusão de que o jogador, seu pai-e-empresário Neymar da Silva Santos e dois ex-presidentes do Barcelona, Josep Maria Bartomeu i Floreta e Sandro Rosell, teriam agido de má fé. Os quatro teriam ocorrido nos crimes de falsidade ideológica e sonegação de impostos. Em linhas gerais, o Barcelona teria pago por Neymar mais do que o oficialmente declarado à época.
Por isso o Ministério Público apresentou uma denúncia à Justiça Federal. Denúncia que foi rejeitada, há um par de dias, pelo juiz federal Mateus Castelo Branco Firmino da Silva. O Ministério Público recorrerá da decisão. Enquanto isso, segue seu curso um processo administrativo para apurar o pagamento de impostos.
Acusações semelhantes têm pesado na Espanha sobre Lionel Messi, companheiro de Neymar Jr no Barcelona e no pop estrelato do futebol internacional. Colega de ambos no Barça, mas bem menos célebre no mundo pop, Javier Mascherano foi condenado, em janeiro, a um ano de detenção por fraude fiscal. Para não ser preso e poder continuar com a carreira, Masche vai ter que pagar uma multa pesada.
Pai patrão
Tanto no caso de Messi quanto no de Neymar, aparentemente as conclusões se encaminham para responsabilizar não os atletas, mas seus pais-e-empresários. O que não deixaria de ser uma saída interessante para todos os envolvidos, vale admitir.
Assim como Messi e Neymar não inventaram a bola, estão longe de serem os primeiros multimilionários a se verem enredados pelo Fisco. Para citar um exemplo célebre e acima de qualquer suspeita, John Lennon morava em Nova York porque os impostos sobre grandes fortunas no Reino Unido meio que o empurraram para fora do país. Pela mesma razão e nessa mesma época, início dos anos 1970, os Rolling Stones foram se exilar na França.
E vale lembrar que o Barcelona, na época das transações de Messi e Neymar, era presidido pelo controverso Sandro Rosell. Ele também está sob investigação do Ministério Público Federal. O dirigente catalão estaria envolvido em sociedade com Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, na organização do amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008, no estádio do Bezerrão.
Sandro Rosell não parece ser a melhor das companhias, o melhor dos conselheiros para Lionel Messi e Neymar Jr, não…
Quer um craque de bola e alguém por quem torcer? Vá em frente. O Barcelona de Messi, Suarez & Neymar está arrebentando, dia desses meteu sete no Valencia e domingo deve meter mais uns tantos no Levante. Bonito demais de se ver jogar. Mas se estiver precisando de um ídolo e de um modelo de conduta, favor buscar em outro campo de interesse.