Whey protein: o que acontece se você exagerar no suplemento todo dia
O whey protein deve complementar a dieta, não ser a única fonte de proteínas. A longo prazo, exagero pode trazer riscos à saúde
atualizado
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Consolidado como um dos suplementos mais populares para quem busca ganho muscular e melhor recuperação após os treinos, o whey protein é uma opção prática e eficiente para complementar a ingestão de proteínas. No entanto, o que acontece quando o consumo do suplemento é excessivo?
Segundo o nutricionista esportivo Gustavo Carvalho, da Clínica Olympia, em Brasília, o whey não deve ser a única fonte de proteínas na dieta e sim um reforço para preencher eventuais lacunas.
“A dose ideal de whey depende de quanto do macronutriente já está sendo consumido por meio de alimentos naturais, como carnes, ovos, laticínios, leguminosas e grãos, e de quanto ainda falta para atingir a meta proteica de cada pessoa. A necessidade diária varia entre um e 2,2 gramas de proteína por quilograma de peso, dependendo do estilo de vida, idade, sexo e objetivos”, explica.
Em entrevista anterior ao Metrópoles, a nutricionista esportiva Isis Janaína indicou que o consumo de whey protein deve ser de, no máximo, duas doses (scoops) por dia, desde que tomados em horários diferentes. “O ideal é que seja usado como um complemento nutricional, para que o indivíduo não perca o prazer de comer comida de verdade”, destacou.
Quando consumido nas quantidades adequadas, o whey contribui para o aporte nutricional, ganho de massa magra, fortalecimento do sistema imunológico e até controle de peso. No entanto, em excesso, o corpo elimina o excedente de proteína pela urina — seja a ingerida naturalmente ou via suplemento.
Por isso, a nutricionista Bianca De Luca, de São Paulo, alerta que a suplementação deve ser feita com acompanhamento profissional. “O corpo tem uma capacidade limitada de absorção proteica. O uso indiscriminado pode levar à sobrecarga do organismo e a gastos desnecessários”, ressalta.
A longo prazo, o consumo acima de dois gramas de proteína por quilo de peso corporal pode sobrecarregar o fígado e os rins, aumentando o risco de problemas como cálculos renais, por exemplo.
Saiba os riscos do consumo excessivo de whey protein:
1 – Ganho de peso
O consumo exagerado de whey protein pode levar ao ganho de peso, já que a proteína em excesso é metabolizada e armazenada pelo corpo como gordura. “Engana-se quem pensa que aumentar a quantidade proteica da dieta isoladamente resulta em ganho muscular. Esse processo depende de diversos fatores, como o equilíbrio na alimentação e a prática de atividade física regular”, explica a nutricionista Bianca.
2 – Problemas gastrointestinais
Pessoas intolerantes à lactose, principalmente ao consumir whey protein concentrado, podem apresentar desconfortos como gases, diarreia ou inchaço abdominal. “Esses sintomas estão relacionados à dificuldade de digestão do suplemento por conta da lactose presente”, alerta o nutricionista Ricardo Antonow, que atende em Brasília.
3 – Agravamento da acne
O whey pode estimular a produção de insulina e IGF-1, aumentando a produção de sebo na pele e agravando casos de acne em pessoas predispostas. “Esse efeito é mais comum em indivíduos que já possuem tendência ao problema”, destaca Ricardo.
4 – Sobrecarga nos rins e fígado
O consumo excessivo de proteínas pode sobrecarregar os rins e o fígado, especialmente em pessoas sensíveis a alterações nesses órgãos. “O exagero hiperestimula funções que não deveriam ser intensificadas, o que pode aumentar o risco de problemas, principalmente a longo prazo”, explica Gustavo.
5 – Desequilíbrios intestinais
Mudanças como constipação, diarreia e gases fétidos também são comuns. “Esses quadros estão associados ao uso indiscriminado de suplementos e à falta de equilíbrio alimentar”, reforça Bianca.
6 – Falta de resultados efetivos
A ideia de que consumir mais whey resulta automaticamente em ganho de massa muscular é um mito. “A proteína é apenas um dos elementos necessários, e seu consumo em excesso não trará benefícios. O corpo precisa digerir, absorver e metabolizar adequadamente para que os treinos gerem resultados”, conclui a profissional.
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