Pazuello nega atraso de insumos e diz que laboratórios farão “avalanche” de propostas
Em evento nesta quinta (21/1), o ministro da Saúde afirmou que ações estão sendo feitas para que insumos retidos na China sejam liberados
atualizado
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Durante o lançamento do ImunizaSUS, nesta quinta-feira (21/1), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou que os envios dos Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) para fabricação das vacinas contra Covid-19 do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estejam atrasados.
Pazuello afirma que o contrato da China com a Fiocruz prevê a entrega do IFA em 31 de janeiro. Enquanto o acordo com o Butantan ficou firmado para 10 de fevereiro. Por isso, o ministério ainda não poderia acionar judicialmente as partes. A falta de insumos para fabricação das vacinas pode paralisar a imunização contra Covid-19 no país.
“Ainda não está atrasado, mas nós estamos nos antecipando ao problema. Não posso acionar ainda, contratualmente, a empresa que nós fizemos a encomenda da tecnologia. Só posso acioná-la, e acionarei, no primeiro dia de atraso, que é após o final de janeiro.”
O ministro afirmou que teve duas reuniões com o embaixador da China na quarta-feira (20/1). “Ele vai fazer as gestões necessárias. Colocou para mim que não há nenhuma discussão política ou diplomática no assunto e sim burocrática”, disse. O embaixador teria se comprometido a destravar a remessa dos insumos para a fabricação das vacinas.
Com relação à importação das 2 milhões de doses de vacinas da Oxford/AstraZeneca produzidas no Instituto Sérum, da Índia, o ministro afirmou que “as notícias são muito boas, mas não há a data exata da decolagem”.
Segundo Pazuello, a posição do governo indiano indica que o envio será feito nos próximos dias, mas ainda é necessária a liberação do Ministério da Saúde do país. “Nós queremos, nós contratamos, pagamos, fizemos o empenho, temos o documento de importação e já temos o documento de exportação.”
Novas propostas
Durante o evento, o ministro da Saúde também minimizou possíveis atrasos em relação à vacinação, ele afirmou que a campanha está dentro do prazo programado. “É um país continental. Nós temos a maior capilaridade possível, mas está chegando aos municípios mais distantes.” O ImunizaSUS é um programa de capacitação para servidores do sistema de saúde que atuarão em salas de vacina, e recebeu R$ 58 milhões em investimentos do governo federal.
Ele lembrou que, com a aproximação do fim de janeiro, vacinas de outros laboratórios devem ser lançadas em breve, podendo ser agregadas à carteira de imunizantes do Brasil. “Era o que nós esperávamos. Em janeiro e no começo de fevereiro, vai ser uma avalanche de laboratórios apresentando propostas porque são 270 iniciativas no mundo produzindo vacinas”, disse.
“A gente tem que estar com muita atenção e muito cuidado para colocar todas elas o mais rápido possível disponíveis dentro da segurança, dentro da eficácia e na nossa capacidade de colocar no lugar certo, na hora certa”, finalizou.
Nesta quinta-feira (21/1), a colunista Andrea Sadi, do G1, afirmou que assessores palacianos temem que a vacinação iniciada no último domingo (17/1) seja interrompida por até 40 dias por causa das dificuldades para trazer as doses prontas da Índia e os insumos da China. Até aqui o Brasil tem 10,8 milhões de vacinas Coronavac disponíveis para aplicação, sendo que 4,8 milhões precisam da autorização para uso emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).