Interrupção da amamentação gera desperdício de US$ 341 bilhões ao ano
ONG calculou valor necessário para alimentar bebês com fórmulas e custo das doenças relacionadas à ausência de aleitamento materno
atualizado
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Anualmente no Brasil, a interrupção do aleitamento materno resulta em mais de 5 milhões de casos de diarreias severas e pneumonias que estão relacionadas às mortes de cerca de 3 mil bebês. Além dos índices alarmantes de mortalidade, os custos são altos: R$ 3,75 bilhões em gastos com fórmulas que substituem o leite e mais R$ 157 milhões com assistência e tratamentos de saúde. Os dados são da organização internacional Alive and Thrive, focada em nutrição infantil.
Intitulado O Custo de Não Amamentar, o levantamento demorou seis anos para ser finalizado e, como resultado, foi criada uma calculadora on-line com dados de mais de 100 países. O objetivo é dimensionar as perdas econômicas a partir da interrupção precoce da amamentação e incentivar investimentos e políticas públicas voltadas para mães e famílias com filhos pequenos.
De acordo com o estudo, no Brasil, 39% dos bebês de até 6 meses são amamentados de forma exclusiva. A meta global da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que os países atinjam 50% até 2025. Depois dessa idade, é indicada uma dieta que inclua o leite materno, entre outros alimentos, até a criança completar 2 anos. O Ministério da Saúde também defende o aleitamento materno até essa faixa etária.
O dado brasileiro está bem próximo da média mundial: apenas 40% das crianças com menos de 6 meses são amamentadas exclusivamente em outros países. Se a recomendação da OMS for alcançada, a economia anual será de aproximadamente US$ 341 bilhões.