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Fiocruz desenvolve IA capaz de prever novas pandemias. Entenda

Tecnologia criada pela Fiocruz com a UFRJ e a Fundação Rockefeller busca antecipar novos surtos infecciosos pelo Brasil

atualizado

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Divulgação/Fiocruz
prédio da fiocruz
1 de 1 prédio da fiocruz - Foto: Divulgação/Fiocruz

Não faltam ameaças invisíveis para a saúde humana: vírus e bactérias estão se reproduzindo e evoluindo em todas as partes do mundo e, com suas mutações, há várias ameaças de futuras pandemias ou epidemias circulando.

Pensando em prevê-las e agir antes de os impactos aparecerem, a Fiocruz, em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fundação Rockefeller, está desenvolvendo uma inteligência artificial (IA) que pretende antecipar onde estão surgindo surtos no Brasil ou quais são as doenças infecciosas que podem se tornar pandêmicas nos próximos meses no país.

Inicialmente, o sistema está sendo desenvolvido para monitorar síndromes respiratórias agudas, como foi o caso da Covid-19, mas será expandido para incluir a detecção de outras doenças relevantes para a saúde pública e com potencial epidêmico.

Como funciona a IA da Fiocruz?

Publicado em 9 de janeiro no Journal of Medical Internet Research, um estudo detalhou como essa IA está sendo implementada. A Fiocruz está trabalhando no sistema ÆSOP, que coleta dados de vigilância sanitária e seleciona as fontes a partir de sua importância (de relatos em redes sociais a prontuários médicos) para traçar possibilidades confiáveis para o futuro das pandemias.

No Brasil, o sistema ÆSOP será utilizado pelo Ministério da Saúde para emitir alertas para os gestores de saúde de vigilância municipais e estaduais sobre os crescimentos de doenças ou até sobre a compra excessiva de alguns tipos de medicamentos que indiquem problemas de saúde pública.

Para o pesquisador Pablo Ramos, vice-coordenador da Fiocruz Bahia e autor principal do estudo, o ÆSOP é superior às ferramentas atuais de vigilância por quatro aspectos específicos:

  • Escolha apropriada de fontes de dados;
  • Garantia da privacidade individual;
  • Sensibilidade para a detecção de eventos;
  • Possibilidade de adaptação para avaliação de outras doenças, como a dengue.

“A publicação apresenta ao mundo a importância de um olhar inovador para a combinação de abordagens digitais e moleculares usando fontes de dados alternativas e de saúde em um sistema de vigilância de última geração, capaz de antecipar surtos com potencial pandêmico”, afirma Ramos.

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