Câncer colorretal: quais são os exames preventivos e quando fazer
Os principais exames preventivos para o câncer colorretal são a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes
atualizado
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O câncer colorretal, terceiro mais comum no Brasil, tem se tornado cada vez mais frequente entre jovens, especialmente com menos de 45 anos, que costumam ser diagnosticados em estágios mais avançados e com tumores mais agressivos.
De acordo com a nutricionista Alessandra Benelli, de São Paulo, a prevenção da doença pode ser feita com mudanças simples no estilo de vida, como alterações na alimentação e aumento da atividade física. Ela ressalta que essas ações podem reduzir o risco em até 50% dos casos.
“A prática de atividade física pode reduzir as chances de câncer colorretal ao melhorar o trânsito intestinal e diminuir o tempo em que substâncias cancerígenas ficam em contato com as paredes do intestino”, afirmou a nutricionista durante o evento Diálogos Abertos Amgen, que aconteceu nessa quarta (11/12), em Brasília.
A profissional destacou que a mobilização de glicose durante a atividade física ajuda a reduzir os níveis de insulina no corpo, o que também auxilia na prevenção. “Indivíduos mais ativos têm até 27% menos chance de desenvolver a doença em comparação com os sedentários”, disse. Além disso, é essencial adotar um padrão alimentar saudável, com foco na qualidade dos alimentos consumidos.
O coloproctologista Romulo Almeida acrescentou que o câncer está diretamente relacionado ao desenvolvimento sociocultural. Ele explica que a incidência é maior em regiões mais desenvolvidas, como o Distrito Federal, enquanto em estados com menor índice de desenvolvimento, como Roraima e Rondônia, a taxa é menor. “Esses padrões estão ligados a fatores como o consumo de alimentos ultraprocessados, sedentarismo e poluição”, esclareceu o médico no mesmo evento.
Os principais fatores de risco incluem obesidade, consumo excessivo de carnes processadas, álcool e gorduras de origem animal, sedentarismo, baixo consumo de fibras e tabagismo. “É importante lembrar que a maioria dos casos ocorre em pessoas sem histórico familiar. Apenas 20% a 25% dos casos têm origem hereditária”, reforça o especialista.
Exames preventivos para detecção do câncer colorretal
A detecção precoce é essencial, pois o câncer colorretal geralmente se desenvolve lentamente, a partir de pólipos benignos (crescimentos não cancerígenos) que podem ser removidos antes de evoluírem para um tumor.
“A transformação de uma célula normal em câncer pode levar de cinco a 10 anos, o que nos dá tempo para agir com mudanças nos hábitos alimentares e exames de rastreamento“, afirmou o coloproctologista Almeida.
Os principais exames preventivos incluem:
- Pesquisa de sangue oculto nas fezes: deve ser realizado anualmente. “O exame precisa ser repetido todos os anos para garantir que eventuais sangramentos sejam identificados”, alertou.
- Colonoscopia: considerada o padrão-ouro, permite detectar e remover pólipos com alta sensibilidade. “A colonoscopia ainda é terapêutica, pois, além de identificar, já conseguimos retirar mais de 90% dos pólipos presentes”, explicou o médico.
Quando começar?
A recomendação é iniciar os exames preventivos aos 45 anos, especialmente para quem possui fatores de risco.
“Estudos mostram que, enquanto a incidência do câncer colorretal diminui em pessoas acima de 50 anos, ela vem aumentando entre os mais jovens, de 40 a 50 anos. Isso motivou a recomendação de iniciar os exames aos 45 anos, e em breve, essa idade pode ser reduzida para 40. Detectar pólipos precocemente é a melhor forma de evitar que eles evoluam para um câncer”, complementou o especialista.
Entre 45 e 75 anos, os exames devem ser realizados regularmente. Após essa faixa etária, a continuidade do rastreamento deve ser avaliada caso a caso, com base na saúde geral do paciente. A partir dos 85 anos, o rastreamento é desestimulado, embora não haja proibição formal.
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