Benefícios dos exercícios para a memória duram mais de um dia
Estudo indica que a melhoria da memória estimulada por exercícios físicos dura mais de 24h. Dormir bem também faz a diferença
atualizado
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A ciência já tinha indícios de que o exercício físico é capaz de induzir uma maior fabricação de neurônios e melhorar a memória no curto prazo. Um novo estudo, porém, mostrou que esses benefícios duram mais de um dia.
Uma pesquisa divulgada nessa segunda-feira (9/12) no International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity mostrou que mesmo 24 horas após a realização de atividades físicas, o cérebro ainda colhe os benefícios da oxigenação induzida pela prática.
A investigação feita na University College London (UCL) indicou que, entre adultos com mais 50 anos, foi possível observar um melhor desempenho em testes de memória se eles tivessem feito atividades físicas no dia anterior.
Os 76 voluntários foram avaliados por oito dias, realizando provas diárias. Aqueles que ficaram menos tempo sentados e tiveram seis horas ou mais de sono também pontuaram melhor nos testes cognitivos que avaliavam a memória, velocidade de reflexo e de processamento cerebral.
Na média, os voluntários tiveram uma pontuação de memória 0,15 pontos melhor se tivessem feito exercícios físicos no dia anterior. Ter dormido mais horas de sono profundo na noite antes levou a uma melhora de pontuação média de 0,60, mas os pesquisadores sinalizaram que havia uma coincidência entre a boa qualidade de sono e a realização de atividades físicas.
“Nossas descobertas sugerem que os benefícios da atividade física para a memória de curto prazo podem durar mais do que se pensava, possivelmente até o dia seguinte, em vez de apenas algumas horas após o exercício. Dormir mais, principalmente dormir profundamente, parece contribuir para essa melhora da memória”, resume a epidemiologista Mikaela Bloomberg, autora principal do estudo, em um comunicado à imprensa.
Como o exercício físico melhora a memória?
Um estudo publicado em novembro por médicos da Universidade de Penn State, nos Estados Unidos, mostrou que, algumas horas depois de se exercitar, o cérebro é capaz de fazer mais conexões neurais, com uma velocidade de processamento de um órgão até quatro anos mais jovem.
Essa melhora ocorre porque o exercício aumenta o fluxo de sangue para o cérebro e estimula a liberação de neurotransmissores como a norepinefrina e dopamina, o que aumenta a quantidade de sinapses feitas.
Segundo outros estudos realizados desde 2016, a mudança da quantidade de neurotransmissores estimulada pelos exercícios não parece ser muito duradoura. Porém, os mecanismos podem influenciar a química cerebral de diversas formas, ampliando a duração dos resultados.
“Essa é mais uma evidência da importância de fazer ao menos 30 minutos de atividade moderada ou vigorosa em seu dia. Isso não significa necessariamente ir à academia, é qualquer coisa que aumente sua frequência cardíaca – pode ser uma caminhada rápida, dança ou subir alguns lances de escada”, conclui Mikaela.
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