1 de 1 Lançamento da campanha de Outubro Roda da Pfizer. São Paulo(SP), 29/09/2022
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A fisioterapeuta Evelin Scarelli tinha 23 anos quando descobriu ter um câncer de mama, em 2011. O diagnóstico da doença, com maior incidência entre mulheres com mais de 50 anos de idade, parecia totalmente incompatível com a vida dela naquele momento. Evelin estava no último ano da faculdade, cheia de planos para iniciar a vida profissional.
“Achava que não era comigo, que tinham trocado os exames. Acreditava que não era possível receber aquele diagnóstico”, lembra a moradora de São Paulo, que hoje atua como coordenadora de voluntariado do Instituto Oncoguia, organização da sociedade civil que auxilia pacientes com a doença.
Evelin foi a primeira pessoa da família a descobrir uma mutação no gene BRCA2. A condição é rara, mas aumenta significativamente o risco de câncer de mama antes dos 70 anos. Apenas uma em cada 400 mulheres (0,25% da população) têm os genes BRCA1 ou BRCA2 mutados e menos de 10% dos casos de câncer de mama são causados por essas duas mutações.
A pesquisa “Câncer de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?”, divulgada na última quinta-feira (29/9) mostra que as brasileiras ainda têm pouca informação sobre a possibilidade de casos de câncer de mama na juventude. O levantamento foi realizado pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) a pedido da Pfizer e ouviu 1.397 mulheres com 20 anos ou mais no Distrito Federal e outros cinco estados (São Paulo, Belém, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro.
Um terço das entrevistadas disse acreditar que mulheres abaixo de 40 anos não precisam se preocupar com câncer de mama ou que os exames de rastreamento devem ser iniciados apenas na menopausa. A oncologista Débora Gagliato esclarece que não necessariamente o câncer de mama está ligado ao envelhecimento, ele pode aparecer bem mais cedo.
“Em geral, a incidência de tumores femininos vem aumentando, principalmente entre mulheres mais jovens. Isso é fruto do estilo de vida, com excesso de bebida alcoólica, sedentarismo, uso prolongado de terapias hormonais e até mesmo a decisão de adiar a maternidade”, afirma.
Mutações
A médica acrescenta que pacientes com histórico familiar de mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 ou que tiveram essas mutações identificadas devem começar a rotina de exames como mamografia e ressonância magnética antes dos 40 anos de idade.
“Mulheres jovens com histórico de câncer de ovário na família ou com o subtipo de câncer de mama triplo negativo são obrigadas a ter um índice de suspeita maior “, explica a médica. “Caso sejam o primeiro caso da família (caso índice) devem servir de alerta para que uma investigação genética da família inteira seja iniciada”, explica a médica.
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Evelin Scarelli, 34 anos, foi diagnosticada com câncer de mama aos 23 anos
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Ela é uma das vozes do Instituto Oncoguia, de apoio a mulheres diagnosticadas com a doença
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Evelin compartilhou sua história no evento do Coletivo Pink, em comemoração ao Outubro Rosa
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O evento também apresentou dados da pesquisa “Câncer de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?”
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Evelin Scarelli
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Coragem
O diagnóstico de Evelin resultou em seis anos de tratamento, incluindo mastectomia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Ela optou também por retirar a mama colateral para reduzir o risco de desenvolver outro câncer no futuro.
“Saber da mutação foi muito difícil. O meu mastologista disse: ‘Evelin, não posso prometer que o câncer não vai voltar. O que posso te pedir é para você nunca me abandone porque, se o câncer voltar, vamos achar ele bem pequeninho’. Depois de tudo isso, me sinto mais forte”, afirma.
Onze anos depois do diagnóstico, Evelin é mãe de Bento, de 1 ano e 4 meses e se dedica a ajudar mulheres que estão passando pelo que ela viveu. “A gente não pode romantizar o câncer e enxergar como um presente divino, foi difícil. Ele levou as minhas mamas, perdi os cabelos, tive medo de morrer, mas o processo que vivi me deixou com um olhar mais sensível para as coisas que realmente importam”, aponta.
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Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens
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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico
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Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos
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Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira
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Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas
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O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada
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Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios
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A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito
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A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido
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Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas
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Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença
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O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes
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De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade
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É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico
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O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica
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Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente
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* A repórter Bethânia Nunes esteve em São Paulo, a convite da Pfizer, para acompanhar a apresentação da pesquisa “Câncer de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?”.