Pink money? Como não cair em ciladas corporativas no ativismo LGBT
Marcas usaram a criatividade nas campanhas de Pride, mas é preciso monitorá-las ao longo de todo o ano
atualizado
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Há pouco nos despedimos do mês de junho, temporada das estampas xadrezes, canjicas, frentes frias e baixas de imunidade. Nestes 30 dias que marcam o início do inverno fomos invadidos, também, por outra onda nas redes sociais: as cores do arco-íris. O mês é marcado pelos movimentos que reivindicam cidadania e direitos pela luta contra a LGBTFobia nas ruas e também nas plataformas sociais.
O ativismo digital já atinge níveis altos. Usuários e clientes não deixam passar deslizes de suas marcas favoritas e cobram por posicionamentos e mudanças.
Diversas marcas grandes se lançaram em defesa do mês multicolorido e demonstraram o seu apoio criando produtos e campanhas específicos. Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo. Os tons invadiram as nossas telas. Em um efeito dominó, outras empresas (mesmo as pequenas) começam a se sentir pressionadas a se posicionar. E aí que começa a polêmica.
Além de mostrar campanhas criativas e marcas engajadas, tenho o intuito de listar alguns “dont’s” quando o quesito é “minha marca deve aderir a uma campanha, já que todas estão aderindo?”.
A aparente superficialidade das mídias sociais esconde uma grande cilada. É moleza pintar a sua logo de arco-íris, rosa ou amarelo. É fácil criar uma arte e escrever uma legenda de apoio a alguma causa. Não caia nessas armadilhas ao apoiar qualquer causa de minoria.
- Defenda o tópico o ano todo com ações palpáveis, como doações e participações, ou por meio de comentários e posicionamento nas mídias sociais. Não tenha medo de desagradar alguém. Se quer apoiar uma causa em momento de capitalismo voraz, seja proporcionalmente voraz na consistência. Olha como a AXE se posicionou em seus comentários no Twitter:
- Demonstre o seu apoio em causas relevantes para a comunidade. Esteja atento aos tópicos e crie campanha criativas para se posicionar. A Ben&Jerry baniu por tempo determinado a casquinha com dois sabores iguais na Austrália quando a lei do casamento com mesmo sexo foi vetada no país. A ação viralizou em todo o mundo.
- Seja representativo em suas campanhas. Quer apoiar alguma causa em seu momento de maior fervor? Mas, em quantas de suas ações estes mesmos tópicos são lembrados, enaltecidos ou incluídos? Este erro é bem frequente. Aqui vai o exemplo da campanha da Harry’s que, com muita sutileza, inclui na campanha do ano um transgênero, ainda com as suas cicatrizes de cirurgia.
Recado dado? Agora, confira aquela lista de marcas que arrasaram na originalidade arco-íris para ficarmos de olho se o ativismo será constante ou apenas para arrecadar o famoso pink money.
1 – Absolut Rainbow em collab com o artista Gilbert Baker
2 – Dr Martens e a bota mais linda do universo
3 – Skol Pantone e o Pride Pack