“Para empreender é preciso inteligência emocional”, diz Helen Morais
Em entrevista, a empresária de Brasília dá dicas sobre o mercado de trabalho e como ser bem-sucedido
atualizado
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A entrevistada de hoje, a empresária Helen Morais Damas tem uma dose extra de positividade, com uma pitada generosa de “tudo vai dar certo”. Em tempos acelerados e confusos, uma atitude tão otimista vale ouro.
Sobre o tópico carreiras, somos empurrados muito cedo para o precipício da vocação, já tendo de decidir o que vamos fazer pelo “resto de nossas vidas”. E, na verdade, não há nada de mal em experimentar, tentar, errar, mudar o rumo, e a personagem da matéria de hoje nos traz essa lição.
Helen mudou de rumo alguma vezes e hoje faz aquilo que o seu coração sempre amou. Ela conta, nesta entrevista, toda a trajetória, os cursos feitos, livros preferidos, sites e instas conferidos todos os dias.
Alguém aí se identifica? Quem ainda não sabe qual caminho seguir? Este depoimento repleto de good vibes com certeza vai te inspirar.
Conte mais sobre sua ocupação atual.
Antes de qualquer coisa, sou uma empreendedora e sonhadora. Atuo como diretora criativa da marca Use Na Praia, juntamente com minha sócia Stella Sartório. Além da criação/estilo, também toco as áreas de branding, marketing e comunicação da nossa empresa.
Como escolheu a carreira?
Eu sempre amei empreender e moda em geral. Desde criança, tenho certa ligação com esse universo. No meu site, conto mais detalhadamente sobre essa paixão. Um belo dia, levantei e falei: “Eu amo moda e vou trabalhar com isso”. Meti as caras e fui (risos).
Qual sua formação e quais cursos/trabalhos considerou essenciais?
Sou formada em letras (licenciatura em inglês e português). Entrei na faculdade muito nova, aos 16 anos, e aos 19 anos já estava formada/graduada. Como muitos jovens, fiquei meio “perdida”, com um diploma na mão. Comecei a trabalhar com 16 anos, como estagiária na equipe de redação da Caixa Econômica Federal. Atuei em sala de aula dos 17 aos 22 anos. Fui professora de inglês nesse período. Também trabalhei em um órgão público (IPEA) dos 22 aos 27 anos, coordenando a equipe de eventos e assessora da Presidência do órgão.
Sempre gostei muito de trabalhar e me dediquei em todas as áreas que atuei, mesmo tão distintas. Foram profissões onde aprendi muito, principalmente ao observar o comportamento humano. Para mim, a moda nada mais é que a maneira como nos expressamos ao mundo.
Aos 25 anos, comecei a ficar muito inquieta e com um desejo enorme de jogar tudo para o ar e me dedicar exclusivamente à moda. Daí fui atrás de cursos específicos na área. Me especializei em história da moda, imagem & estilo, marketing e produção de moda pelo Instituto Fashion Campus e em fashion business, pela Escola Perestroika.
Após esses cursos, prestei algumas consultorias de estilo para empresas e abri meu primeiro negócio, a ONZE, em 2015. Eu e minha sócia da época investimos todo o dinheiro que tínhamos juntado.
A marca foi um sucesso em Brasília, porém, nosso capital de investimento acabou, começamos a ter muitos problemas financeiros e nos faltou jogo de cintura e inteligência emocional para prosseguir e encarar a realidade. Tivemos de encerrar as atividades, minha sócia foi trabalhar em outra área e eu segui sozinha, do zero novamente.
Isso me ajudou muito a fazer uma análise interna e reorganizar minhas ideias. Me fez enxergar que nem tudo são flores, é preciso muito trabalho, dedicação, pesquisa e estudo.
Você poderia dar algumas dicas para quem quer começar a trabalhar na área?
Pesquise bastante sobre os cursos oferecidos hoje no mercado, as matérias abordadas. Pergunte aos profissionais como é trabalhar na área específica na qual atuam. O universo da moda é encantador e, ao mesmo tempo, bem desafiador. Se engana quem acha que atuar nessa área é só glamour. Esteja preparado para tudo mesmo: carregar caixas, passar roupas e muito mais; seja humilde, simples e autêntico antes de qualquer coisa; leia muito e sobre tudo, observe o mundo e as pessoas ao seu redor. Seja curioso.
Quais os maiores desafios da sua área hoje e como você acha que está o mercado?
O maior desafio, para estar alinhada com o mercado atual e as novas formas de trabalho oferecidas, é ter inteligência emocional e se manter motivada e inspirada – não só na criação, mas em todos os aspectos que envolvem a jornada como um todo. Empreender no nosso país ainda é bem burocrático, mas o cenário está mudando aos poucos.
Em Brasília especificamente, o segmento vem crescendo bem. Temos muitas marcas incríveis e gente muito bacana da área aqui. E tenho a sensação que começamos a nos ajudar mais. Sempre converso com outros colegas, trocamos figurinhas e estamos sempre na torcida uns pelos outros. Isso gera um sentimento de incentivo coletivo muito legal.
Cite uma pessoa (ou pessoas) que te inspira e por que?
Eu admiro pessoas que são sempre positivas, bem humoradas e alto astral. Não deixam a “peteca cair”, sabe? Mesmo em meio aos problemas. Gosto de quem sabe rir de si mesmo, gente leve, desencanada.
Profissionalmente falando, duas pessoas me inspiram, pela dedicação e amor pelo que fazem: meu esposo Rafael e minha sócia Stella. Tenho o prazer de conviver diariamente com elas e compartilhar minha vida intensamente. É uma troca diária muito gostosa!!!
Quais seus livros preferidos?
Satifação Garantida, de Tony Hsieh; Rebeldes têm asas, de Rony Meisler; Moda com Propósito, de André Carvalhal; In my Shoes, de Tamara Mellon; e La Parisienne, de Ines de la Fressange.
O que geralmente assiste no YouTube?
Vídeos sobre yoga, meditação e receitas culinárias.
O que escuta muito no Spotify?
Red Hot Chili Peppers, Cazuza, Criolo, O Rappa, Bob Marley, Beatles, Natiruts, Novos Baianos, Saulo Fernandes.
Quais sites lê todos os dias?
Steal the Look, Fashion Forward e WGSN.
Quais são seus perfis preferidos no instagram?
@vanessatguerra, @oursoearaposa, @ciscoandthesun, @eunaosoudesignergrafico, @pinterest, @wgsn, @burningman