Conselhos e inspirações de quem trabalha com moda no Brasil
Pedro Andrade, designer e proprietário da marca de lifestyle urbano Piet, fala sobre os principais desafios e dificuldades da profissão
atualizado
Compartilhar notícia
Sabe quando a gente escuta que moda não é glamour e, sim, muita ralação e frustração? Você pode até não levar a afirmação a sério, mas nosso entrevistado da semana, alguém que faz a diferença na indústria e se arriscou no difícil mercado fashion masculino, confirma as dificuldades.
é o diretor criativo da Pedro AndradePiet, fundada em 2012. A formação da marca sempre girou em torno de fortes pilares de lifestyle urbano: exclusividade, qualidade e inovação. Hoje, a grife tem uma loja on-line e está presente nas multimarcas mais cool do país.
Estava ansiosa por esta entrevista, confesso. Além de acompanhar a marca, sou consumidora, compro vários looks e alguns deles são os meus favoritos.
Por que escolheu ser designer?
Sou formado em desenho industrial. Antes da Piet, cheguei a desenhar mobiliários, objetos e trabalhei com ilustrações também. Sempre me vi criando, desenhando, projetando. A Piet foi a maneira que encontrei de transformar a minha forma de expressão em um bem de consumo, em algo palpável e democrático.
Quais cursos/trabalhos considerou essenciais para sua formação?
Minha formação acadêmica me ajudou a definir meu estilo de criação. A linguagem da Piet vem dos meios estudados. O desenho industrial também me influencia na maneira de projetar. Eu não tenho uma visão tradicional de um estilista, pois, muitas vezes, acabo projetando meus produtos da mesma forma que eu faria um móvel ou um objeto.
Quais conselhos daria para quem deseja começar a trabalhar na área?
Tenha paciência e a certeza de que você quer isso para sua vida. Não se iluda com o falso status trazido pela moda, isso só significará 0,5% do seu trabalho.
Quais os maiores desafios da área hoje e como você vê o mercado?
Meu desafio é educar o homem brasileiro, mostrando a ele que não é preciso ter medo de expor sua personalidade por meio da roupa. O mercado da moda está melhor hoje em dia, mas ainda é bem difícil fazer isso no Brasil. É uma área peculiar, pois vivemos um estilo próprio, muitas vezes ultrapassado e ‘caxias’. É como se tudo chegasse aqui dois anos depois dos demais países.
Quais são seus livros e sites favoritos?
Acabei de ler um sobre manuais de trânsito, sei que é específico, mas é uma paixão, e estou começando uma obra de Bernardo Kucinski, chama-se Pretérito Imperfeito. Não sou muito de consumir sites diariamente, prefiro os impressos.
Dicas de Instagrams e Snapchats?
@subwaycreatures e @tiaromano (a mulher do Mark Gonzales).
O que você assiste no YouTube?
Tudo de inútil, tipo vídeo de gente bêbada e de animais bonitinhos.
E o seu Spotify? O que anda tocando?
Rincon Sapiência, Dônica, Daniel Caesar e Nas.