Conheça Mary Frasso, toda-poderosa do marketing da dupla Cat Dealers
Mary Frasso é markering manager da dupla Cat Dealers, um dos projetos de música eletrônica de maior relevância do país
atualizado
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Uma ruiva com looks do dia perfeitos, bom gosto musical, Stories sarcásticos e criativos, embaixadora mundial da Cheetos (ok, essa parte é uma brincadeira, mas poderia ser). A este belo combo instagramável se soma também uma mente brilhante na cena eletrônica brasileira.
Mary Frasso é marketing manager da dupla Cat Dealers, um dos projetos de música eletrônica de maior relevância do país. Ela é a chefe do marketing e cuida de todas as áreas, que envolvem planejamento, criação, social media, branding e atuação junto à assessoria de imprensa tanto nacional quanto internacional. Cansou? Ela ainda trabalha com a equipe de marketing da gravadora, Sony Music Brasil, no que diz respeito aos lançamentos.
Frasso dividiu com a coluna alguns aspectos de sua carreira e o que a inspira no dia a dia. Estava ansiosa por essa entrevista tão especial!
Como foi a escolha da sua carreira?
Foi um caminho não muito linear em alguns aspectos, apesar de, hoje, atuar na minha área de formação original. A música é um interesse muito forte para mim. Ir a shows para ver os artistas que eu gostava e admirava foi, sem dúvida, o que eu mais amava fazer na minha adolescência e início da vida adulta.
Sempre tive uma conexão muito forte com esse meu “hobby”. Toda vez que ia a um show me imaginava trabalhando com algum artista de alguma maneira, mas não tinha muita certeza sobre o que queria fazer.
Na época da faculdade de publicidade, não me sentia muito atraída pelos trabalhos de marketing mais tradicional, então, resolvi estudar outras coisas, como design de interiores e de iluminação, por exemplo, na expectativa de trabalhar com algo que envolvesse o meu gosto pelo visual e, ao mesmo tempo, que pudesse ter algum raciocínio prático e lógico por trás daquilo.
Ainda assim, não estava satisfeita. Até que tive a oportunidade de trabalhar no escritório de management de uma cantora brasileira. A partir daí, percebi que gostava de trabalhar com marcas vivas. O marketing musical me proporciona atrelar todas as áreas e coisas que gostava.
Qual a sua formação e quais cursos/trabalhos considerou essenciais para essa formação?
Eu não considero que o meu caminho foi necessariamente o correto e é o único para quem deseja trabalhar nessa área, mas acho que a essência dele, de fato, é o que mais importa.
Me formei em publicidade e propaganda e fiz cursos de pós em design de iluminação e interiores. São caminhos que parecem muito diferentes e na prática profissional de fato são, porém, vejo que ter buscado diversificar meu conhecimento fez com que eu pudesse enxergar as coisas de uma maneira mais ampla. Por isso, formações tão distintas acabaram se complementando para mim, porque aprendi a trabalhar melhor a minha criatividade, a fazer com que ela fosse aplicada de forma útil e de fato prática – devo isso 100% ao design.
Quando estava na faculdade, fazia muitas aulas de outros cursos, como cinema, e isso me gerou repertório para, hoje, pensar em ideias, conceitos e até mesmo estratégias de comunicação. Para trabalhar nessa área, o importante é ter bagagem. Ela pode vir de livros e filmes até por meio de cursos aleatórios que te fazem trabalhar a sua criatividade e as suas demais aptidões.
Qual o maior desafio na sua profissão?
O maior desafio, como trabalho com artistas, é garantir que a marca deles os represente como personas artísticas e também como indivíduos com sonhos e objetivos pessoais. Inovação é algo que faz parte da maior parte dos trabalhos ligados ao marketing e à publicidade.
Quando você trabalha com marcas vivas precisa entender que aquele produto tem sentimentos, desejos, vontades. A construção dele está em constante mutação, independente de como você o enxerga. Por isso, é preciso adequar a todo tempo.
Gosto de pensar que nós devemos funcionar como facilitadores para os artistas. Isso quer dizer que nós precisamos pensar com eles no posicionamento e nas estratégias que os permitirão brilhar da maneira que desejam.
Nós precisamos ajudá-los a comunicar o que eles são além da música. Para isso, é necessário ter sinergia, conversar, compreender e defender a causa. Se você não consegue acessar a pessoa, não tem matéria-prima para trabalhar em nenhum âmbito do marketing dela.
O que mais gosta no seu trabalho? Pode mostrar alguns cases?
São os artistas com quem trabalho! Para mim, é muito importante acreditar no projeto e ter uma admiração pelos artistas, inclusive como pessoas. Me sinto bastante feliz por trabalhar em um projeto em que posso vestir a camisa verdadeiramente e, assim, a dedicação se torna muito mais natural.
Há muitas coisas que gosto e que são gratificantes em diferentes esferas. Não sei se consigo escolher cases preferidos. A área do branding em geral é a que mais me agrada, porque é de fato onde está a oportunidade mais palpável de pensar naquela marca tanto de forma conceitual quanto prática. Isso me motiva muito.
Um case importante para a minha trajetória profissional nessa área foi o rebranding do KVSH, um DJ/produtor com quem trabalhei. Repensamos e unificamos toda a marca dele. Apesar de conhecida, não tinha muita consistência, principalmente visual.
Além disso, na música eletrônica, os lançamentos são bastante frequentes e costumam ser projetos trabalhosos, mas que envolvem, além da parte de planejamento, uma parte criativa muito intensa. O que mais gostei de fazer até hoje foi o da Gone too long, uma música do Cat Dealers com Bruno Martini e Joy Corporation.
Uma pessoa (ou pessoas) que te inspira (m) e ama seguir no Instagram.
Adoro a Vanelli Melli. Ela tem uma estética incrível e fotografa praticamente tudo em filme. Ela consegue permear a moda, lifestyle, música e até poesia de uma forma única. Cada foto dela me instiga, parece que conta uma história.
Outros perfis que curto são:
Quais os seus filmes, livros e documentários imperdíveis?
Filme: Quase Famosos é o meu filme favorito. Ele conta a história de um jornalista adolescente que sai em turnê com uma banda de rock norte-americana. É inspirada na própria história do diretor. Eu gostaria de poder morar nesse filme.
Blade Runner 2049 é maravilhoso. A fotografia é belíssima e a temática a respeito do que significa ser humano em um mundo pós-apocalíptico me intriga muito. Estou lendo o livro do Blade Runner original e gostando muito também.
Livros: gosto muito de biografias e considero a do Keith Richards imperdível para quem curte música. Recentemente, li um que não é biográfico, chamado Strange Stars, que relaciona o encontro do rock’n’roll com o sci-fi, duas coisas que amo.
Documentário: assisti recentemente o Rolling Thunder Revue, dirigido pelo Martin Scorsese que fala sobre a tour de 1975 do Bob Dylan. spoiler: ele mistura ficção com realidade, mas é igualmente emocionante e as imagens são simplesmente maravilhosas.
E canais no Youtube que adora assistir?
Lessons from the screen play
Nerdwriter1
Mixmag
Vick Cammie
Corridor Crew
Alexa Chung
The needle drop
E quais playlists/artistas no Spotify escuta sempre?
Playlists:
Maceo Plex Guest Mix
Pollen
Artistas:
Kaytranada
Clairo
The Last Shadow Puppets
Álbuns:
Tranquility base hotel & casino (Arctic Monkeys)
Through the never (Metallica)