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Zema defende aliança Sul-Sudeste para melhorar segurança: “Otan nossa”

Governador Romeu Zema (MG) já havia defendido a união dos sete estados do Sul e do Sudeste para evitar eventuais perdas financeiras

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Marcelo S. Camargo/Governo de SP
Foto colorida do governador Romeu Zema, de Minas Gerais, discursando no palco da Sala São Paulo com o painel do Consórcio Integração Sul e Sudeste ao fundo - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do governador Romeu Zema, de Minas Gerais, discursando no palco da Sala São Paulo com o painel do Consórcio Integração Sul e Sudeste ao fundo - Metrópoles - Foto: Marcelo S. Camargo/Governo de SP

São Paulo – Dois meses após uma fala considerada segregadora por governantes do Nordeste a respeito da formação do Consórcio Sul-Sudeste (Cosud), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), comparou o grupo à União Europeia e defendeu uma aliança semelhante à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para promover mais segurança aos sete estados das duas regiões.

Durante o encerramento do encontro do Cosud, na capital paulista, na manhã deste sábado (21/10), Zema disse que “tendo uma Otan nossa para entrar em ação assim que for visto qualquer foco de incêndio” seria possível “transformar esses sete estados nos estados mais seguros do Brasil”.

A citação à Otan, aliança militar criada durante o contexto da Guerra Fria para conter o avanço do socialismo na Europa, foi feita após o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciar a criação de um gabinete integral permanente de segurança para troca de informações entre os sete estados que integram o Consórcio Sul-Sudeste (Cosud).

Conforme antecipado pelo Metrópoles, a temática da segurança pública foi uma das mais abordadas pelos governadores, que miram na onda de violência na Bahia a oportunidade de fazer um contraponto às políticas de segurança petistas, sobretudo na Região Nordeste, onde oito dos nove governadores apoiam o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em agosto, Zema defendeu publicamente a união do Cosud para barrar, no Congresso Nacional, eventuais perdas financeiras nas regiões Sul e Sudeste. Neste sábado, ele afirmou que, juntos, os sete estados das regiões Sul e Sudeste representam “119 milhões de brasileiros que respondem por bem mais da metade da produção econômica do Brasil”.

“Se compararmos os desafios que tivemos com os desafios dos europeus de criar a União Europeia, não temos nem 5% do que eles enfrentaram”, afirmou o governador mineiro.

Apesar da fala, Zema reforçou o que vem sendo repetido pelos outros governadores, que o objetivo do Cosud não é eleitoral. “Não é um consórcio político, é um consórcio para melhorar a gestão pública”, disse ele.

Na quinta-feira (19/10), durante a abertura do encontro do Cosud, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), afirmou que a declaração de Zema em defesa do consórcio, feita em agosto, dificultou a aprovação da adesão oficial do estado na Casa Legislativa.

“Foi um debate intenso diante de uma pronúncia do nosso governador Zema, que foi mal interpretado”, disse André do Prado, aliado de Tarcísio.

Embora o Cosud exista desde 2019, criado com o intuito de reunir os sete governadores dos estados com maior PIB do país (ES, MG, PR, RJ, RS, SC e SP), a formalização do consórcio ocorreu apenas em 2023.

Participaram do encontro entre quinta e sábado, além de Zema, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).

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