Zé Celso: velório é encerrado e cremação do corpo autorizada
Com a liberação da Justiça, o corpo de Zé Celso será cremado ainda hoje no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra
atualizado
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São Paulo – O velório do dramaturgo Zé Celso foi encerrado por volta das 12h30 desta sexta-feira (7/7). Com a liberação da Justiça, o corpo será cremado ainda hoje no Cemitério e Crematório Horto da Paz, no município de Itapecerica da Serra, em São Paulo. A cerimônia é restrita a familiares e poucos amigos.
Como Zé Celso não morreu por causas naturais, a cremação precisava ser autorizada pela Justiça.
O velório do artista se estendeu por toda a madrugada e a manhã desta sexta no Teatro Oficina.
Familiares e amigos de Zé Celso ainda não sabem qual será o destino das cinzas do dramaturgo. Uma das possibilidades seria jogá-las em volta de um ipê dado por Fernanda Montenegro.
O Instituto Médico-Legal (IML) realizou, nessa quinta-feira (6/7), um exame necroscópico para determinar a causa da morte e, segundo a Secretaria de Segurança Pública, deve confirmar o resultado nas próximas horas. O dramaturgo morreu após ter 53% do corpo queimado em um incêndio no apartamento em que morava.
O laudo do Instituto de Criminalística disse que “o incêndio pode ter iniciado em virtude do contato entre um aquecedor e materiais de fácil combustão presentes no cômodo”.
Festa durante a madrugada
Luciana Domschke afirma que o velório foi “muito animado” durante a madrugada. “Foi uma festança”, disse. De manhã, familiares e amigos retiraram as pessoas, limparam o local e reabriram o espaço para visitas.
Segundo a médica, o vereador Eduardo Suplicy disse ter conversado com colegas da Câmara Municipal, que teriam se comprometido a aprovar a criação do Parque do Rio Bixiga, terreno que é alvo de disputa entre Zé Celso e Sílvio Santos.
Incêndio
O laudo do Instituto de Criminalística sobre o incêndio que atingiu o apartamento do dramaturgo Zé Celso aponta que as chamas podem ter sido causadas pelo aquecedor em contato com tecido, madeira ou espuma.
“Não foi possível precisar a causa do evento, porém a análise dos elementos técnicos-materiais coligidos no local leva o relator a admitir como viável a possibilidade de o incêndio ter iniciado em virtude do contato entre um corpo de capacidade ígnea (aquecedor, etc.) com materiais de fácil combustão que ali existiam (tecido, espuma, madeira, etc.)”, diz o laudo.
O documento inclui fotos de como ficou o apartamento. Veja abaixo:
Marido fala do incêndio
O ator Marcelo Drummond, 60 anos, viúvo de Zé Celso Martinez contou como aconteceu o incêndio. “Eu acordei com um estrondo. Abri a porta do meu quarto e estava tudo escuro. Eu não sabia se era madrugada ou se já tinha amanhecido”, disse.
Em seguida, ele disse que correu até a cozinha para desligar algum fogo, “achando que alguém tivesse deixado alguma panela ligada”. “Daí eu comecei a ouvir o Vitor Rosa [outro ator que mora no local] falando ‘Vem meu amor, vem.'”
“Aí eu invadi. Porque são dois apartamentos que a gente mora. E eu invadi o outro apartamento e, quando entrei, o Vitor estava puxando o Zé, que estava com uma mobilidade difícil”, disse.
Marcelo afirma que ajudou a puxar o companheiro e depois chegou a desmaiar por causa da fumaça. Quando acordou, outro vizinho estava ajudando o dramaturgo.
“O Zé falava abre a janela, abre a janela. Eu falei ‘já tá aberta’. Segurei as duas mãos dele e ele botou a perna em cima de mim. Parecia que a gente tinha acabado de trepar”. Aquele foi o último momento dos dois juntos antes que os bombeiros chegassem e fizessem o resgate.