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Wassef admite recompra de Rolex nos EUA para “devolver à União” e isenta Bolsonaro

Advogado Frederick Wassef afirmou ter comprado relógio Rolex com dinheiro próprio, mas negou que operação foi a pedido de Bolsonaro e Cid

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1 de 1 Foto colorida do advogado Frederick Wassef de terno e gravata e camisa azul - metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

São Paulo – O advogado Frederick Wassef admitiu nesta terça-feira (15/8) que comprou, nos Estados Unidos, o relógio Rolex que foi dado de presente pelo governo árabe a Jair Bolsonaro (PL) e vendido ilegalmente pelo seu então ajudante de ordens Mauro Cesar Cid, e isentou o ex-presidente da República.

Investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento no esquema de venda de joias presenteadas ao Brasil, Wassef disse ter comprado o relógio por 49 mil dólares com seu próprio dinheiro durante as “férias” para “devolver à União” por causa da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que solicitou a devolução dos presentes recebidos na gestão Bolsonaro.

Wassef negou que tenha havido uma “missão de resgaste” para a recompra do relógio, como suspeita a PF, e disse que só revelará “no momento oportuno” quem solicitou que ele fizesse a aquisição do Rolex que havia sido vendido pelo Coronel Cid. “Não foi Jair Messias Bolsonaro quem me pediu ou solicitou que comprasse o Rolex”, disse.

“Sim, eu fui aos Estados Unidos e comprei o Rolex”, afirmou Wassef, em coletiva de imprensa convocada para esta terça-feira (15/8), em um hotel na capital paulista. “Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos. Tenho a origem lícita e legal dos meus recursos”, disse. “O meu objetivo quando comprei esse relógio era devolver à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República”, completou.

Wassef, segundo a PF, teria ido aos EUA para ajudar o então ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cesar Cid a resgatar o Rolex Day-Date 18946 vendido ilegalmente por ele. A PF já identificou que Cid apagou a maior parte de suas conversas telefônicas com Wassef, segundo adiantou a coluna do Guilherme Amado, do Metrópoles.

A Polícia Federal já havia encontrado um recibo de compra do relógio Rolex que estaria em nome de Wassef. Nesta terça-feira, o próprio advogado exibiu a nota da compra do relógio, da loja Precision Watches. Por mais de uma vez, o advogado de Bolsonaro afirmou que não houve uma operação de resgate do Rolex por causa da decisão do TCU.

“Se alguém vai com a missão de fazer o resgate, fica três dias, compra o relógio e volta”, disse Wassef, que afirmou ter passado semanas de férias em diferentes cidades dos Estados Unidos, como Miami, Filadélfia e Nova York, antes de voltar ao Brasil, no fim de março.

“Eu não fui fazer o resgate. Eu já estava de viagem marcada, e eu já ia para os Estados Unidos, por questões pessoais minhas, inclusive passeio e turismo”, disse Wassef. “Portanto, dizer que eu fui selecionado por assessores do presidente para fazer uma operação de resgate é mentira”, completou o advogado de Bolsonaro.

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