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Vizinhos apelam ao governo Lula contra novos voos e rotas em Congonhas

Moradores do entorno do Aeroporto de Congonhas, em SP, buscaram o governo Lula para tentar impedir aumento do número de voos com concessão

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airbus tam Maior desastre aéreo do Brasil: Acidente em Aeroporto de Congonhas (SP) faz 15 anos
1 de 1 airbus tam Maior desastre aéreo do Brasil: Acidente em Aeroporto de Congonhas (SP) faz 15 anos - Foto: OS2Warp/ Wikimedia Commons

São Paulo – A permissão para mais pousos e decolagens no Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, a partir do próximo domingo (26/3), mobilizou moradores da região a apelar para que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspenda o aumento de voos por causa do barulho.

A decisão que elevou o número máximo de pousos e decolagens por hora de 41 para 44 — cerca de 45 voos a mais por dia — foi publicada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em setembro do ano passado. Um mês antes, o Aeroporto de Congonhas foi leiloado para o grupo espanhol Aena.

“De manhã é uma loucura aqui todos os dias. Imagina como vai ser agora com 44 pousos e decolagens por hora”, afirma Simone Boacnin, presidente da Associação de Moradores Viva Moema, um dos grupos que apelaram ao governo federal.

Concessão

A concessão do aeroporto também traz uma perspectiva de aumento de voos e rotas. O processo está travado desde que a Advocacia-Geral da União (AGU) revogou uma portaria que regulamentava o pagamento de outorgas com precatórios. Agora, é necessário que uma nova regra seja publicada.

Os vizinhos de Congonhas vêm nesse imbróglio uma oportunidade para suspender temporariamente o processo de concessão e incluir no contrato termos que barrem que mais aviões sobrevoem as casas e prédios residenciais da região.

A associação de moradores de Moema se reuniu com o ministro de Portos de Aeroportos, Márcio França (PSB), no último dia 3 de março, no próprio aeroporto localizado na zona sul de São Paulo. O ministério ouviu as demandas, mas ainda não sinalizou com nenhuma decisão.

“Apresentamos nossas reivindicações e entregamos um ofício. Ele se mostrou sensível a nossa causa, porque não é uma demanda apenas de uma associação, é uma causa de muitas associações de bairros, de muitos moradores”, diz Simone.

Nessa terça-feira (21/3), representantes das associações de moradores foram até Brasília se reunir com entidades do setor aeroviário e jurídico, para estudar possibilidades de ações daqui para a frente.

“A nossa preocupação é o que vai acontecer depois da privatização. Existe uma questão futura de a concessão aumentar ainda mais o número de movimentos. Isso nos afeta. É preciso considerar as necessidades da população, porque quem vai sofrer com isso é o paulistano, quem vai pagar essa conta é o paulistano. Essa conta não vai ser paga pelo governo federal, nem pelas companhias aéreas. Vai sobrar para nós, então nossa luta é limitar esse aumento de movimentos”, afirma a moradora.

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