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“Vitrine” de Bolsonaro, colégio militar de SP atrasa obra e fica R$ 22 mi mais caro

Obra do colégio militar realizada pelo Exército em área do Campo de Marte já custou 23% a mais do que valor dos contratos originais

atualizado

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Obra em colégio militar de São Paulo feita pelo Exército - Metrópoles
1 de 1 Obra em colégio militar de São Paulo feita pelo Exército - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo — Anunciada com pompa pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no início de 2020 e com inauguração prevista para este ano, a construção de uma nova sede do Colégio Militar de São Paulo, na zona norte da capital paulista, já está R$ 22 milhões mais cara e só deve ser concluída em 2025.

A obra, que fica em uma área do Campo de Marte, espaço que abriga um pequeno aeroporto e estruturas da Aeronáutica, é de responsabilidade do Exército e deverá abrigar os cerca de 400 alunos que hoje têm aulas na sede provisória do colégio, no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva em Santana, na zona norte.

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Obra do Colégio Militar de São Paulo, no Campo de Marte
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Bolsonaro inaugura pedra fundamental de Colégio Militar de São Paulo

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Obra do Colégio Militar de São Paulo, no Campo de Marte

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Entre 2020 e 2021, o Exército assinou dois contratos que com a empreiteira Vento Sul Engenharia Ltda. para elaboração do projeto executivo e construção de dois pavilhões de salas de aula, um campo de futebol, pista de atletismo e um parque aquático. O valor total era de R$ 95,8 milhões.

Desde então, os contratos sofreram oito aditivos que postergaram a conclusão da obra e eleveram o custo para R$ 117,9 milhões, um aumento de 23%. O último deles foi assinado no mês passado pela Comissão Regional de Obras do Exército.

Além das obras de infraestrutura, a aquisição de equipamentos e materiais essenciais para o funcionamento da instituição já projetava, em 2021, que o custo total para a construção do colégio deveria ficar torno de R$ 150 milhões. O valor atualizado de todo o empreendimento não foi informado.

Em nota, o Exército informou que “as obras sofrem reavaliações de custos constantes e reajustes previstos em lei, de acordo com o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC)”. Segundo a corporação, a previsão de término do Colégio Militar de São Paulo é para 2025.

Colégios Cívico-Militares

O Colégio Militar é uma instituição diferente das escolas cívico-militares, principal programa que o governo Bolsonaro buscou implementar durante a gestão do ex-presidente, e que foi descontinuada nesta semana por decisão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Colégio Militar é vinculado diretamente ao Exército, voltado para preferencialmente para dependentes de militares de carreira ou da reserva. A corporação afirma que esses colégios — existem 15 unidades do tipo no país, custeadas integralmente com recursos públicos — são necessários porque a carreira exige mudanças de cidades constantes, o que poderia prejudicar os estudos dos filhos dos militares. Parte da vagas é oferecida para filhos de civis, mediante seleção que inclui prova e entrevista pessoal.

No caso dos colégios cívico-militares, as instituições são vinculadas às secretarias estaduais de educação dos estados. A diferença é que policiais militares, bombeiros e até mesmo membros das Forças Armadas são chamados para dirigir as instituições, que adotam regras de disciplina parecidas com as praticadas por militares.

Embora cada estado tenha regras próprias de ingresso nessas escolas, em geral, o acesso só é feito também mediante vestibulinho ou outras avaliações.

Em São Paulo, depois do anúncio feito por Lula, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) usou as redes sociais para dizer que criaria um modelo próprio de colégio cívico-militar paulista, promessa que não fazia parte dos planos de seu secretário da Educação, Renato Feder. Tarcísio ainda não deu mais detalhes sobre o plano.

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