Vitrais da Faap são restaurados após dano causado por obra do metrô
Painel foi inspirado em obras de Tarsila do Amaral, Portinari e Tomie Ohtake; concessionária da Linha 6 nega responsabilidade por danos
atualizado
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São Paulo — Os vitrais da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), localizada em Higienópolis, região central de São Paulo, passam por um processo de restauração após terem sido danificados durante as obras da Linha 6-Laranja.
A Linha Uni, responsável pela construção, nega qualquer responsabilidade pelo dano, mas concordou em arcar com os custos da reparação. A previsão é de que o painel de vitrais seja reinstalado nessa quinta-feira (25/4).
De acordo com a Faap, o painel, com aproximadamente 350 m², sofreu rachaduras e ficou trincado devido às obras do metrô. Ele é composto por 387 quadros e está localizado no hall do prédio-sede da instituição, a cerca de 300 metros da futura Estação Faap-Pacaembu da Linha 6-Laranja, prevista para ser inaugurada em 2027.
Os quadros foram removidos para restauração no final de 2023 e já estão sendo reinstalados. O custo total do reparo foi de aproximadamente R$ 500 mil, cobertos pela Linha Uni.
Em nota, a Linha Uni negou que os danos estejam relacionados às obras. A concessionária disse que o edifício onde está o painel de vitrais fica “fora da área de influência dos trabalhos”.
Ainda assim, a empresa disse que entrou em acordo com a reitoria da Faap para realizar “ações preventivas complementares” para evitar danos desse tipo no futuro. Um especialista no assunto foi contratado para acompanhar as obras, informou a Linha Uni.
Técnica da Idade Média
Os vitrais da Faap, instalados entre 1959 e 1960, foram inspirados em obras de renomados artistas brasileiros, como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari e Tomie Ohtake.
Para sua construção, o vitralista Conrado Sorgenicht utilizou uma técnica da Idade Média, na qual cada peça de vidro é recortada e encaixada manualmente em perfis de chumbo.