Vítimas de queda de helicóptero em Paraibuna são enterradas em SP
Velório de Luciana Rodzewics, 46, e da filha dela, Letícia Ayumi, 20, vítimas do acidente com o helicóptero, reuniu dezenas de pessoas
atualizado
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São Paulo – Terminou às 16h o sepultamento de Luciana Rodzewics, 46, e da filha dela, Letícia Ayumi, 20, que morreram na queda de um helicóptero em Paraibuna, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo.
Os corpos das duas foram retirados do local do acidente, uma área de mata fechada, neste sábado (13/1) e chegaram ao Cemitério Jaraguá, na zona norte da capital paulista, na manhã deste domingo (14/1).
Marcado para começar ao meio-dia, o velório de mãe e filha reuniu dezenas de pessoas desde o fim da manhã. Familiares e amigos usavam camisetas brancas com fotos das duas em homenagens às vítimas.
Enquanto alguns choravam copiosamente, outros pareciam resignados. A família passou 12 dias acompanhando de perto as buscas pelo helicóptero desaparecido, até a confirmação das mortes na última sexta-feira (12/1).
“Foram os dias mais difíceis, mais cruéis da nossa vida. A gente tinha essa esperança de encontrá-las, com vida ou sem vida, mas que encontrasse. E realmente isso aconteceu. Hoje estamos fazendo essa homenagem a elas, o sepultamento digno que elas merecem”, disse Sidney Santos, pai de Luciana e avô de Letícia.
Ele contou que a neta passava a maior parte do tempo em sua casa, onde ele tinha montado um quarto para que ela pudesse trabalhar fazendo unhas de gel.
O namorado de Letícia, Henrique Thiofilo, era um dos mais consternados no velório. Aos prantos desde o início da cerimônia, ele foi consolado por amigos e familiares durante todo o tempo.
Henrique era um dos poucos que sabia da viagem de Letícia, de acordo com o avô. Ela não teria contado para os avós que viajaria com a mãe porque temia que eles se incomodassem por ela não passar o Réveillon ao lado deles.
Foi Henrique, segundo o avô, quem avisou a família sobre o paradeiro de Letícia, que logo descobriu que ela e a mãe estavam no helicóptero desaparecido.
Também muito emocionada, a mãe de Luciana e avó de Letícia estava sob o efeito de calmantes durante o velório.
Silvia Santos, irmã e tia das vítimas, disse que a família estava vivendo seu pior dia neste domingo.
“Hoje vai ser o dia mais difícil das nossas vidas. Perder uma irmã e uma sobrinha, que é praticamente uma filha para mim, é muito difícil”, disse.
Ela vestia um tênis da irmã: “Vou usar tudo o que for dela, ela vai estar sempre comigo”.
Flores e orações
Os corpos de Luciana e Letícia foram colocados em caixões brancos, que permaneceram fechados durante toda a cerimônia.
O salão que recebeu o velório ficou repleto de flores, deixadas por quem chegava para a despedida.
Familiares e amigos fizeram orações e entoaram canções ao longo da tarde.
Por volta das 15h30, começou o cortejo até o local do sepultamento. Mãe e filha foram enterradas juntas.
O acidente
O helicóptero modelo Robinson 44 foi encontrado, nessa sexta-feira (12/1), após 12 dias de buscas. A aeronave partiu do Campo de Marte, na capital paulista, em direção a Ilhabela, no litoral norte, na véspera do Ano-Novo. O último registro no radar havia sido por volta de 15h20 do dia 31 de dezembro.
Morreram no acidente o piloto Cassiano Teodoro, 44 anos, e os três passageiros: Raphael Torres, 41; Luciana Rodzewics, 45; e Letícia Ayumi, 20.
Pouco antes de a aeronave desaparecer, Letícia enviou mensagens ao namorado avisando sobre as más condições climáticas. Ela gravou um vídeo em que o helicóptero aparece totalmente coberto por neblina, sem visibilidade.
A análise dos celulares havia sido feita pela equipe de aviação da Polícia Civil ao longo dessa quinta-feira (11/1). Segundo o delegado Paulo Sérgio Reis Mello, diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), apenas com tempo favorável, o que ocorreu na quinta, esse trabalho foi possível.