metropoles.com

Vítima de estupro foi obrigada a ouvir coração de feto em hospital

Episódio aconteceu no Hospital Municipal Tide Setubal, na zona leste de São Paulo; vítima precisou sair do estado para fazer aborto

atualizado

Compartilhar notícia

Edson Hatakeyama/Prefeitura de São Paulo
Imagem colorida mostra fachada do hospital Tide Setúbal - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra fachada do hospital Tide Setúbal - Metrópoles - Foto: Edson Hatakeyama/Prefeitura de São Paulo

São Paulo – Uma mulher vítima de estupro foi obrigada a ouvir o coração do feto ao tentar fazer o aborto em um hospital de São Paulo. Em entrevista à Globonews, a vítima disse que o episódio aconteceu no Hospital Municipal Tide Setubal, em São Miguel Paulista, na zona leste da cidade.

“Como o atendimento estava agendado, achei que eu ia chegar e iam estar me esperando. O atendimento foi péssimo, tive que falar perto de pessoas e o pior de tudo foi precisar ouvir o coração do feto. Eu pedi para ele [profissional de saúde] parar e tirar, levantei e saí da sala”, afirmou a mulher.

Durante o atendimento, a equipe da unidade ainda teria tentado convencê-la a não realizar o aborto.

“Me falaram para tentar segurar o neném até nove meses, que eles me dariam laqueadura, que iam cuidar de mim e me buscar para fazer a cirurgia e tudo mais. Eu fui embora para casa acabada, não sei nem explicar. Eu já estava pensando como fazer em casa sozinha porque eu não tinha condições”, contou a vítima.

A legislação federal autoriza mulheres a interromper a gestação em casos de violência sexual. Apesar disso, a mulher afirma que teve o aborto negado em três hospitais da capital paulista e só conseguiu realizar o procedimento em outro estado, após receber a ajuda da Defensoria Pública de São Paulo.

O Hospital Tide Setubal, onde ela foi obrigada a ouvir o coração do feto, foi o terceiro que ela buscou antes de deixar o estado para fazer o aborto. Antes disso, ela tinha procurado ajuda no Hospital da Mulher, que pertence ao governo estadual, e no Hospital Municipal Campo Limpo.

As unidades se negaram a fazer o procedimento alegando que a gestação estava avançada. A vítima do estupro só descobriu a gestação na 24ª semana.

PL do Aborto

Um projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados quer equiparar o aborto ao crime de homicídio nos casos em que o procedimento é feito a partir da 22ª semana de gravidez. Com isso, mulheres que foram estupradas e queiram interromper a gestação podem ter uma pena maior que a dos seus agressores.

A pena para alguém condenado por homicídio varia de seis a 20 anos de prisão. Para os estupradores, a pena é de seis a dez anos.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?