Vítima de acidente em Ubatuba pilotava para família há mais de 20 anos
Irmão da empresária que estava a bordo do avião, Crystopher Fries, afirmou que família está abalada com a morte do piloto Paulo Seghetto
atualizado
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São Paulo — Um familiar de uma das vítimas socorridas com vida do avião que explodiu nessa quinta-feira (9/1) em Ubatuba, no litoral de São Paulo, afirmou ao Metrópoles que a família está abalada com a morte do piloto de 55 anos Paulo Seghetto, que prestava o serviço à família há mais de 20 anos. Crystopher Fries é irmão de Mireylle Fries, de 41 anos, uma dos quatro passageiros a bordo do jatinho.
“Estamos abalados pelo piloto que não sobreviveu também. [Ele era piloto da família] há mais de 20 anos. [Vamos] seguir da melhor forma possível”, afirmou Crystopher Fries à reportagem.
Ao todo, cinco pessoas estavam a bordo do avião, um Cessna, modelo Citation 525, de matrícula PR-GFS: a empresária Mireylle Fries; o seu marido, Bruno Almeida Souza, de 45; os filhos do casal, de 6 e 4 anos; e o piloto. A aeronave ultrapassou a pista de pouso e explodiu na areia da Praia do Cruzeiro por volta das 10h dessa quinta.
O casal e as crianças são familiares do produtor rural Nelvo Fries, de acordo com informações de integrantes da empresa dele, a Agrícola Fries. Todos foram socorridos, inicialmente, na Santa Casa de Ubatuba, mas foram transferidos ao Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba.
Seghetto ficou preso nas ferragens do avião após a explosão e foi a única das vítimas que não sobreviveu aos ferimentos.
Mireylle passou por cirurgia e, até a noite de quinta, ficou em observação, ainda na unidade hospitalar de Ubatuba. Transferida para o hospital de Caraguatatuba, o estado de saúde da mulher é considerado grave.
De acordo a Santa Casa de Ubatuba, Bruno e os filhos estavam estáveis e conscientes na última atualização médica divulgada.
Outras três pessoas, que estavam no solo, foram atingidas. Segundo a Prefeitura de Ubatuba, uma mulher de 59 anos, que passava pelo local no momento do acidente, torceu o pé e machucou o joelho. Ela foi socorrida e seu quadro é estável.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, nenhum dos socorridos corre risco de morrer.
O que sabemos até agora:
- Um avião de pequeno porte explodiu em uma praia de Ubatuba, no litoral de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (9/1);
- A aeronave tentou pousar no aeroporto da cidade, mas ultrapassou a pista e explodiu nas areias da praia do Cruzeiro;
- Ubatuba enfrentava más condições de tempo no momento da queda;
- Estavam dentro do avião: 3 adultos e 2 crianças. O piloto, identificado como Paulo Seghetto, morreu no acidente, segundo a prefeitura de Ubatuba;
- Após a tentativa de pouso, o veículo ultrapassou a pista e 3 pedestres se feriram;
- A aeronave saiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás, e pertencia à família do produtor rural Nelvo Fries, conforme os dados do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac);
- Entre os ocupantes da aeronave estavam a empresária Mireylle Fries, que é sócia da aeronave, o marido dela e dois filhos;
- O piloto Paulo Seghetto, que morreu, já foi copiloto na VoePass, antiga Passaredo, empresa que sofreu a 5ª maior tragédia aérea do país.
Investigação
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos (Cenipa) investigam as causas do acidente aéreo. A aeronave saiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás.
A Rede Voa, concessionária do Aeroporto Estadual de Ubatuba Gastão Madeira, informou que as condições meteorológicas na cidade eram “degradadas, com chuva e pista molhada”. A aeronave chegou a passar pela pista de pouso do aeroporto, mas não conseguiu concluir a aterrissagem.
“Após o pouso, a aeronave ultrapassou a pista, atravessou o alambrado da Cabeceira 09 e atingiu uma mulher e uma criança. Ambas estão com vida. O Seripa já foi acionado e está coletando informações”, informou a concessionária.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o Cenipa realizará a chamada “ação inicial”, conduzida por pessoal qualificado que “realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”.
A conclusão da investigação, ainda de acordo com a FAB, “terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”.