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Vídeo: usuários da Cracolândia vandalizam ruas contra internação compulsória

Usuários da Cracolândia entraram em confronto com a GCM na noite desse domingo, após atearem fogo em entulho e fecharem uma via

atualizado

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Arquivo Pessoal
Fluxo Rua Gusmões Cracolandia
1 de 1 Fluxo Rua Gusmões Cracolandia - Foto: Arquivo Pessoal

São Paulo – Moradores do centro de São Paulo afirmaram ao Metrópoles que dependentes químicos que circulam pela região conhecida como Cracolândia estão exaltados com a possibilidade de serem internados compulsoriamente.

A internação compulsória é uma bandeira eleitoral do atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele sustenta que usuários de drogas que estão há muito tempo nas ruas não têm mais capacidade de discernimento sobre a situação.

Na semana passada, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se posicionou no mesmo sentido, dizendo que o poder público tem obrigação de oferecer atendimento a dependentes que estão há cinco anos na rua.

Na noite deste domingo (22/1), usuários entraram em confronto com a GCM, após atearem fogo em entulho e fecharem a esquina das ruas Gusmões e Guaianases, além de tentar arrombar um comércio na rua Vitória.

Veja vídeo abaixo:

A guarda usou bombas e balas de borracha para dispersar os usuários. A polícia não participou da ação, segundo a Secretaria da Segurança Publica (SSP) de São Paulo.

“Conversei com um deles [usuário de drogas] e ele disse que o ‘bicho vai pegar’ enquanto o prefeito e o governo ficarem falando que irá ter internação compulsória”, afirmou uma moradora, sob condição de anonimato.

A esposa de um comerciante, da Rua Vitória, afirmou que “mexeram” na loja de peças do marido, forçando a porta do estabelecimento. “Meu marido e filho estão tentando arrumar, mas resolveram dormir na loja. Já tiraram nossa liberdade, já tiraram nosso trabalho, o governo tá esperando eles tirarem nossa vidas”, desabafou.

Além de gerar a revolta dos usuários de drogas, o novo plano de enfrentamento da Cracolândia que está sendo elaborado de forma conjunta pelas gestões Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes já suscita polêmica entre entidades que lidam há anos com o problema no centro de São Paulo, como a Igreja Católica e o Ministério Público paulista (MPSP).

A Prefeitura de São Paulo confirmou que a guarda foi acionada para conter os dependentes químicos na região central, na noite deste domingo.

“Ao perceberem a presença da GCM, os usuários atearam fogo em objetos no local e passaram a hostilizar os guardas, arremessando objetos e pedras. A situação foi rapidamente controlada pelo efetivo da GCM e a via foi liberada”, diz trecho de nota.

A corporação acrescentou que, atualmente, conta com 554 agentes, 80 viaturas, duas bases comunitárias, um ônibus e 60 motos para atuar na região da Cracolândia.

O Governo de São Paulo afirmou realizar um diagnóstico das ações de atendimento aos dependentes químicos na região central de São Paulo.

O objetivo, acrescentou, a partir dessa análise é juntamente com a Prefeitura, o Poder Judiciário e a Defensoria Pública estabelecer uma nova dinâmica de acolhimento e atendimento aos usuários de drogas e combate ao crime na Cracolândia, “com ações integradas que contemplem assistência social, saúde e segurança pública.”

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