Vídeo: suspeito abraçou e beijou mulher trans antes de execução
Imagens de câmera de monitoramento mostram dinâmica diferente da relatada por homem de 23 anos preso em flagrante pela morte de mulher trans
atualizado
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São Paulo — O homem preso em flagrante pelo homicídio da mulher trans Daniele Miranda Alves (foto em destaque), de 21 anos, aparece em imagens de câmeras de monitoramento abraçando e interagindo com a vítima, minutos antes da briga que precedeu o assassinato da jovem, sábado (13/4), na zona sul de São Paulo.
Os registros mostram Daniele e a amiga dela, Rafhaelly Souza, 27, em um baile funk de rua, em frente a uma adega no bairro Jardim São José. Elas dançam e se divertem, ao lado de carros estacionados na calçada, entre eles um Volkswagen Ônix vinho, pertencente ao pai de Breno Fernandes Silva, 23. Ele veste bermuda verde e camiseta preta.
As amigas são abordadas por Breno e os amigos deles, às 6h38, segundo uma câmera de monitoramento. O rapaz abraça Daniele e fala ao ouvido dela (assista abaixo).
Minutos depois, a jovem é abordada novamente por Breno, que aparentemente beija o rosto dela. Ele chega a pular abraçado com um colega, em uma aparente comemoração.
Às 6h41, Daniele e a amiga entram no Ônix, acompanhadas pelos homens que as abordaram anteriormente. Ambas permanecem no carro até 6h43, momento em que Daniele sai e vai de encontro a um rapaz, estapeando-o no rosto. O clima de festa acaba e as duas mulheres começam a discutir com Breno e o grupo de amigos dele.
Como mostrado pelo Metrópoles, as duas amigas são agredidas pelos homens. O motivo para a confusão ainda é apurada pela Polícia Civil.
Executada a tiros
Outra câmera registrou as amigas caminhando pela Estrada de Itapecerica, a cerca de 800 metros de distância do baile funk. Antes disso, segundo relatado por Rafhaelly à polícia, um carro teria tentado atropelá-las.
Quando ambas passam em frente a um estacionamento, às 7h37, um Volkswagen Ônix vinho, sem placas, emparelha com as amigas e o passageiro atira. A ação dura segundos e o carro é conduzido em alta velocidade para longe do local. As investigações apontam que o motorista do carro seria Breno. Ele nega.
Daniele entra no estacionamento e se senta sob um gradil, enquanto a amiga mexe no celular, aparentemente pedindo ajuda.
A vítima conversa ainda um pouco com a amiga, até que desmaia. Ela morreu no local, sem tempo de ser socorrida.
Vídeo
Prisão em flagrante
O carro que aparece nas câmeras foi encontrado por policiais militares estacionado na rua onde Breno mora, a cerca de 30 metros de distância de sua residência. Foi quando ele foi localizado e questionado sobre o veículo.
Ele teria argumentado que o carro pertence ao seu pai. O Ônix, acrescentou, “não era usado”, porque, segundo o suspeito disse à polícia, “não estava regularizado no Detran [Departamento Estadual de Trânsito]”.
Em depoimento à Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles, o suspeito afirmou que teria passado a madrugada de sábado “jogando dominó” em um bar, na rua de sua casa.
Ele disse ainda que teria deixado o Ônix na garagem de casa, não usando o carro. “Porém, ao chegar pela manhã, encontrou o veículo estacionado na via pública, próximo de sua residência”.
As imagens das câmeras de monitoramento, obtidas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), mostram, no entanto, Breno participando do baile funk, durante o qual embarca e assume o volante do Ônix, após as amigas serem agredidas.
Ele foi detido em flagrante por homicídio e, após audiência de custódia, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Sua defesa não foi localizada pelo Metrópoles. O espaço segue aberto para manifestações.
O DHPP agora investiga a identidade do autor dos tiros e a localização da arma usada na execução.