Vídeo: com uma sacola, surfista salva pinguim preso entre pedras

São Paulo — Um pinguim foi resgatado por um surfista após ter ficado preso nas pedras da Praia do Tombo em Praia Grande, litoral de São Paulo, por volta de 12h da sexta-feira passada (5/7).

O animal estava sendo filmado pelo drone do surfista e videomaker Diego Bispo, de 35 anos, quando foi jogado pelas ondas contra as rochas da região. Avistando o animal debilitado, Bispo entrou no mar com sua prancha e uma sacola plástica para resgatá-lo (vídeo abaixo).

Diego Bispo tem o hábito de filmar a praia do Tombo e já registrou outros animais marinhos, como arraias, baleias e golfinhos na região. No dia do resgate, ele estava gravando seus colegas surfistas quando avistou o pinguim nadando no oceano.

O que era para ser somente um registro se converteu em uma missão quando o animal se aproximou das rochas. “Ele tava muito perto das pedras e veio uma série [de ondas] que jogou ele lá para dentro. Ele ficou se batendo nas pedras. Ficou ali um bom tempo e eu filmando aquilo, cara. Tava já desesperado”, conta ele.

O surfista conta que acompanhou de longe o sofrimento do pinguim, que conseguiu sair sozinho do local. Mas depois da experiência traumática, o animal estava ferido e não conseguia mais nada normalmente: “Ele já saiu bem debilitado, não conseguia mexer as partes de trás”.

Bispo entrou no mar para buscar o animal, mas a tarefa não foi fácil. O pinguim se debatia e tentou fugir da prancha consecutivas vezes, até que um guarda-vidas entrou no mar e ajudou o surfista a trazê-lo até a faixa de areia.

O animal foi levado a um posto do Corpo de Bombeiros que o encaminhou ao Instinto Gramar, que é especializado no resgate de animais marinhos na região. Bispo tem entrado em contato frequente com o instituto e disse que recebeu no notícias nessa quinta-feira (11/7) de que o pinguim está se recuperando bem.

Temporada de pinguins

A chegada do frio no hemisfério sul marca o início da temporada de pinguins no litoral norte de São Paulo. Durante o outono e inverno, os pinguins-de-magalhães migram da Patagônia em direção ao litoral sudeste do Brasil em busca de alimentos. No percurso, alguns pinguins, especialmente os mais jovens em sua primeira migração, acabam se desviando das correntes marítimas e chegam às praias brasileiras.

Devido à longa jornada, esses pinguins chegam desnutridos e exaustos, necessitando de resgate por instituições especializadas. Nos últimos meses, o Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha, que atua na região entre São Sebastião e Ubatuba, resgatou 43 pinguins, dos quais 24 estavam vivos e 19 foram encontrados mortos. Dos sobreviventes, 11 estão recebendo cuidados especiais.

Para este ano, não é possível prever o número de ocorrências, mas especialistas alertam que os banhistas devem entrar em contato com as autoridades ao avistarem esses animais. Além disso, é recomendado: